África do Sul vai acabar com a criação de leões em cativeiro para caça

África do Sul vai acabar com a criação de leões em cativeiro para caça
Criar grandes felinos para depois matá-los por caçadores ricos que normalmente pagam milhares de dólares americanos tem sido odiado por grupos conservacionistas e de direitos dos animais. Foto: STEPHANE DE SAKUTIN / AFP/File

A prática de criar grandes felinos para depois matá-los por caçadores ricos que normalmente pagam milhares de dólares americanos tem sido odiada há muito tempo por grupos conservacionistas e de defesa dos direitos dos animais.

Os caçadores, geralmente estrangeiros, às vezes levam para casa a cabeça ou a pele do animal morto como troféu.

O governo sul-africano já tinha anunciado a sua intenção de proibir a criação de leões para caça em 2021 e um painel ad hoc tem trabalhado na questão nos últimos dois anos.

“O painel recomendou o encerramento do sector de reprodução em cativeiro, incluindo a manutenção de leões em cativeiro, ou a utilização comercial de leões em cativeiro ou dos seus derivados”, disse a ministra do Ambiente, Barabara Creecy, numa conferência de imprensa na Cidade do Cabo.

Os criadores terão dois anos para se retirarem voluntariamente do setor e mudarem o seu modelo de negócio antes que a proibição entre em vigor.

A ideia, que tem enfrentado forte oposição de representantes da indústria altamente lucrativa, foi aprovada pelo governo na semana passada, mas ainda não foi traduzida em lei.

A mudança ocorre em um momento em que a caça aos troféus enfrenta uma reação crescente no Ocidente.

As campanhas para proibir a importação de troféus atraíram apoio nos Estados Unidos, na Austrália e em vários países europeus nos últimos anos.

“A indústria é grande e complexa, com uma longa história que não está alinhada com as tendências internacionais atuais e com as mudanças políticas nacionais em matéria de conservação”, disse Kamalasen Chetty, chefe do painel ad hoc.

Entre 8.000 e 12.000 leões são mantidos em cerca de 350 fazendas em toda a África do Sul, de acordo com estimativas de grupos de defesa dos direitos dos animais que denunciam regularmente as condições em que os animais são mantidos.

O número de leões selvagens, em comparação, totaliza apenas cerca de 3.500, de acordo com a Endangered Wildlife Trust, uma ONG sediada na África do Sul.

Tradução de Alice Wehrle Gomide

Fonte: France 24

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