Apelidado de ‘Michelangelo’, cágado-de-barbicha ganha próteses feitas de peças de Lego em MG
Conhecido pela criatividade em criar próteses para animais resgatados em Uberaba, o professor e médico veterinário Cláudio Yudi inovou mais uma vez e, usando pecinhas de Lego, conseguiu criar próteses para ajudar um cágado-de-barbicha a se locomover.
Apelidado de “Michelangelo”, em homenagem às Tartarugas Ninjas, o animal tem deformidade nas duas patas traseiras. Ele foi apreendido pela Polícia Militar (PM) de Meio Ambiente na última semana e levado ao Hospital Veterinário de Uberaba (HVU).
Segundo o médico veterinário, a hipótese é de que o animal, que não estava em vida livre, já nasceu com a falta das patinhas ou de que ele as perdeu em algum acidente.
VÍDEO: Apelidado de ‘Michelangelo’, cágado ganha próteses feitas de Lego em Uberaba
VÍDEO mostra Michelangelo andando após receber próteses criativas
Inicialmente, Yudi iria fazer a prótese para o cágado com resina plástica. Mas, depois, surgiu a ideia de fazer o teste com as pecinhas de Lego, que foram doadas por um dos alunos de Medicina Veterinária.
“Por ser um animal rasteiro, as peças tinham que ser mais baixas e as rodinhas ajudam a não deixar a parte debaixo da carapaça raspar e causar ferida. Então, tiramos a parte de borracha das rodinhas e deixamos só os eixos, que foram encaixados em peças coladas direto na carapaça do cágado. Funcionou tão certinho que ficou parecendo que foi feito sob medida para esse animal”, contou.
Em outras criações, além da resina, Yudi já usou parafusos, clipe, rodinhas de cadeiras de escritório e até rodinhas de caminhão de brinquedo em próteses para animais. Porém, esta é a primeira vez que ele usa peças de Lego.
“Foi tão simples e deu certo, porque brinquedo é pequeno e é fácil adaptar. Se a [empresa] Lego ficar sabendo disso, eles iriam adorar”, comentou.
Agora, Michelangelo vai ficar em observação e adaptação no HVU. Para Yudi, é satisfatório poder ajudar os animais de maneira criativa, simples e com materiais de custo baixo. Além de sempre auxiliar no aprendizado de estudantes.
“Às vezes, são as coisas simples que resolvem a vida e não as coisas complexas. Então, vale a pena juntar um pouquinho de criatividade, esforço e trabalho de equipe para ajudar um animal. Fazer isso é um estímulo para que as pessoas não desistam de fazer coisas que ajudem a natureza”.
Por Mariana Dias, G1 Triângulo Mineiro
Fonte: G1