Após 2 meses de tratamento, morre cachorra quase degolada que invadiu rancho em busca de socorro em MS

Após 2 meses de tratamento, morre cachorra quase degolada que invadiu rancho em busca de socorro em MS
Cachorra estava com a saúde debilitada e não resistiu. — Foto: Reprodução/RedesSociais

Após dois meses de tratamento, morreu na madrugada de quarta-feira (6), a cadela Kira, que invadiu um racho quase degolada para ‘pedir ajuda’ a uma família de Mato Grosso do Sul. “Se vocês olharem hoje para o céu e verem uma estrela brilhando, com certeza será ela agradecendo por tudo”, escreveu em uma rede social, a esteticista Loyara Karoline Zanetti Trevejo, 24 anos, que fez o resgate da cachorra.

“Vá em paz, pequena grande mocinha, saiba que agora você tinha uma família e por mais que falamos para você ir, estamos sentindo sua falta. Amamos você e onde quer que esteja, fique bem e nunca se esqueça disso”, completou Loyara.

Kira foi resgatada no dia 5 de fevereiro quando invadiu o rancho da família de Loyara com o pescoço machucado por um elástico de dinheiro, em Corguinho (MS). “Percebi que a minha cachorrinha estava com uma bolinha de brinquedo, olhando pro sofá e latindo muito. Aí eu vi um rabo se mexendo no sofá, falei ‘meu Deus do céu, só falta ser tamanduá, alguma coisa. Fiquei desesperada’”, lembra a jovem.

Depois de dois meses de tratamento veterinário, a cadela não resistiu aos ferimentos e morreu na capital.

Resgate

Kira estava no sofá quando a família chegou à casa. — Foto: Reprodução/RedesSociais
Kira estava no sofá quando a família chegou à casa. — Foto: Reprodução/RedesSociais

Quando se aproximou do sofá, Loyara viu que se tratava de uma cadela e que ela estava gravemente ferida. “Quando eu vi pela primeira vez eu não achei que era tão grande como era [ o ferimento], achei que estava meio machucado por conta da coleira, mas como achei estranho chamei meu pai pra ele me ajudar, porque fiquei com medo de mexer e ela me morder”, narra.

Ao oferecer água para a cachorra, eles perceberam a gravidade da lesão. Assustada, Loyara correu para a casa da vizinha em busca de sinal de telefone e internet para entrar em contato com a médica veterinária que cuida dos animais da família.

“Mandei mensagem pra ela, que me auxiliou a dar dipirona pra cachorra para ela aguentar a viagem. Sem pensar duas vezes, a gente colocou ela no carro e trouxemos pra Campo Grande, chegamos aqui por volta de umas 22h e deixamos ela na veterinária”, conta a esteticista.

“Os veterinários começaram a mexer no ferimento e viram que tinha um elástico daqueles de dinheiro no pescoço e aquele elástico dilacerou o pescoço quase por inteiro, faltou 2 cm de pele pra terminar de cortar, então acredito que se demorasse mais um dia ou dois ela ia morrer também”, destaca a jovem.

Elástico que estava preso ao pescoço de Kira. — Foto: Reprodução/RedesSociais
Elástico que estava preso ao pescoço de Kira. — Foto: Reprodução/RedesSociais

Segundo ela, o ferimento já tinha larvas de mosca e um odor forte. “Quando eu saí perguntando de quem era a cachorra, me falaram assim ‘ah não, essa cachorra está aqui faz tempo, o dono dela é de uma fazenda e foi embora pro Paraná e abandonou ela, mas está faz dias assim já e a gente toca ela das casas, porque a gente não quer ela aqui, a gente parou de dar comida pra ela também pra ver se ela não vem mais’”, lembra a jovem com pesar.

A jovem relata que ao receber comida, a vira-lata comia desesperadamente. “Ela tava com muita fome, porque tinha mais de semana que ela não comia, nem bebia água e pensa a dor que ela estava”, pontua.

Por Renata Barros

Fonte: g1

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