Chimpanzés de laboratórios abandonados para morrer em uma ilha finalmente conseguem ajuda
O New York Blood Center (NYBC – Banco de Sangue de NY) fez uma parceria com a organização Humane Society dos Estados Unidos (HSUS) para garantir os cuidados desses macacos em longo prazo.
Dezenas de chimpanzés que estavam abandonados numa estreita ilha na Libéria finalmente têm um futuro.
O New York Blood Center, instituição que usou os animais para pesquisas antes de abandoná-los em 2015 (uma história revelada pelo site Motherboard), fez uma parceria com a organização Humane Society dos Estados Unidos para garantir estes cuidados por um longo período de tempo.
“Estou muito contente que estas duas organizações tenham concordado em um projeto que forneça vitalícios para estas criaturas de vida longa e sociáveis”, disse Wayne Pacelle, presidente e CEO da HSUS em um comunicado à imprensa.
O NYBC trouxe os chimpanzés (uma mistura de indivíduos capturados selvagens e antigos animais de estimação) para um centro de pesquisa médica na Libéria, em 1975. As pesquisas realizadas ali levaram ao desenvolvimento de uma vacina contra a hepatite B e a um método de esterilização utilizado para garantir transfusões de sangue seguras. Mas, após duas guerras civis e perturbações internas, o NYBC decidiu fechar o laboratório em 2005.
Os chimpanzés foram transferidos para um conjunto de ilhas perto de onde eles passariam suas “aposentadorias”. Mas não havia nenhuma fonte natural de alimento ou água fresca na ilha, então, por dez anos, o banco de sangue pagou a trabalhadores locais para cuidarem da alimentação dos animais. Em 2015, o NYBC repentinamente cortou as verbas, abandonando os chimpanzés sem comida, água e nenhuma chance de sobrevivência.
“Se nada for feito, os chimpanzés irão morrer”, disse Betsy Brotman, antiga diretora do laboratório na Libéria. “Todos eles”.
O HSUS começou a levantar fundos para cuidar temporariamente dos chimpanzés, angariando centenas de milhares de dólares em doações para impedir que os animais morressem de fome. Porém, já que o NYBC era a organização que levou e abandonou os macacos na ilha, grupos de direitos dos animais o pressionaram para que tomasse uma atitude e se responsabilizasse pela vida dos chimpanzés.
O NYBC anunciou no último dia 23 que irá oferecer um financiamento de seis milhões de dólares para que o HSUS estabeleça cuidados aos chimpanzés por toda a sua vida. Esta quantia não é o total necessário para os cuidados com os chimpanzés, que podem viver por 50 anos, mas define uma base significativa, que o HSUS diz poder complementar com doações.
“O HSUS trabalhará com seus membros e outros para obter recursos e assegurar que estes chimpanzés conheçam apenas a bondade humana pelo resto de suas vidas,” disse Pacelle.
Por Kaleigh Rogers / Tradução de Sônia Zainko