Envenenamentos e maus-tratos contra animais causam revolta em Arroio do Meio, RS

Envenenamentos e maus-tratos contra animais causam revolta em Arroio do Meio, RS
Gatos foram atingidos com tiros de arma de pressão na Barra do Forqueta

Pelo menos seis casos de envenenamento e maus-tratos contra animais causaram a revolta de moradores do Centro e Barra do Forqueta, em Arroio do Meio, nos últimos dias. No fim de semana, no Centro, os crimes ocorreram na rua Visconde do Rio Branco, imediações da Oficina do Gerson. Pelo menos três cães morreram por suspeita de envenenamento com estricnina.

A advogada Elda Alberton Theves, moradora do Centro, relata que saiu para passear pela última vez com sua cachorra de estimação, Titica, no fim de tarde de sexta-feira, quando foi visitar a sua mãe, a cerca de duas quadras do local. No caminho, o pet entrou em uma área com vegetação. A tutora teve a impressão que o animal se alimentou com algo que encontrou no chão, mas não soube identificar se era uma folha ou outro alimento. “Voltou faceira”, relatou Elda.

Durante a madrugada a cachorra apresentou comportamentos que causaram estranheza à família de Elda e, às 6h, iniciou uma crise, e em 25 min foi a óbito. Os diversos sintomas relatados à médica veterinária que acompanhava o animalzinho, revelam fortes indícios de intoxicação por estricnina. A tutora revelou que a cachorra vomitou restos de alimentos que não recebeu em casa, que remetiam a um tipo de salsicha, utilizado frequentemente em envenenamentos.

O caso não foi o único registrado na vizinhança. Existe a suspeita de que os alvos eram outros cães das imediações. Câmeras de vigilância de prédios registraram movimentação de veículos e pessoas com atitudes suspeita.

Elda complementa que a cachorrinha foi adotada há 12 anos do abrigo de animais, por ter a visão comprometida e dificilmente teria preferência na fila de adoção. Até então, a família que sempre possuía animais de estimação nunca teve nenhuma indisposição com vizinhos. Além da cachorra, possuem duas gatas. A perda gerou muita comoção e revolta. “Foram 12 anos de afeto, cuidado e zelo. Ela era muito disciplinada e obediente. Ainda não registramos ocorrência, mas vamos procurar a polícia”, ressaltou no decorrer da semana.

Já na Barra do Forqueta, além de um caso de envenenamento de uma cachorra, foram registrados tiros com arma de pressão contra gatos. Os fatos ocorreram na rua Afonso Schneider e arredores. Um dos animais atingidos é do empresário Marcelo Dietrich, 38, que lamentou a atitude. Seu pet foi atingido em uma das patas. O animal de outro morador foi atingido na cabeça. “A maioria dos vizinhos têm animais. Nossa gata nem sai de casa. É apenas de companhia para minha filha. Acredito que o diálogo seria uma solução mais condizente”, afirma Dietrich.

O industriário Jackson Marmitt, revela que sua labradora Meggie, de oito meses, acordou na madrugada chorando, com sintomas de dor, e acabou falecendo. “Até fiz massagem na barriga, mas percebi que suas fezes estavam estranhas e os pelos estavam se soltando. Infelizmente não consegui comprar carvão ativado a tempo para tratar o envenenamento. O mundo dá voltas. Vamos descobrir quem foi. Os cachorros são anjos e quem os maltrata está causando um carma muito pesado a si próprio que vai ser pago em vida”, atribuiu.

Crimes de maus-tratos e envenenamento podem levar à prisão de dois a cinco anos, conforme o artigo 32 da lei 9.605/98 – Lei de Crimes Ambientais.

Fonte: O Alto Taquari

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