Mortes em série de gatos em condomínio de Campo Grande (MS) intrigam moradores; vídeo

Mortes em série de gatos em condomínio de Campo Grande (MS) intrigam moradores; vídeo
O gato foi encontrado pelos condôminos já no início da noite do último domingo, alguns tentaram ajudar o animal, mas ele não resistiu e morreu (Reprodução/Vídeo)

Mortes de gatos que vem ocorrendo nos últimos dias no Condomínio Village Parati intrigam os moradores do local. De acordo com alguns condôminos, somente na semana passada três felinos morreram e a suspeita é envenenamento. Na noite do último domingo (15), ocorreu mais um caso que até agora segue sem elucidação.

Conforme uma das moradoras do Village Parati, Rosilane Pereira, as mortes vem ocorrendo há dias, sendo que somente na semana passada foram três casos, as características pela qual os pets morrem sempre são as mesmas. Eles agonizam e sem tempo de salva-los acabam morrendo.

“Só de uma amiga minha foram dois que morreram, os casos não param, volta e meia aparece um animal morto, ou alguns somem. Falei com o síndico e ele me informou que nada pode fazer”, afirmou a moradora.

Em contato com o síndico, Ricardo Carneiro, as mortes não são corriqueiras. Ele afirma que em três anos foram apenas 3 ocorrências desta natureza. “Em relação a isso, não podemos fazer nada, pois nem sabemos se houve envenenamento ou não, e também não podemos acusar ninguém”, disse.

“Outro fator que devemos ressaltar é de que este animal, que morreu recentemente, nem seja de morador deste condomínio. Mas se for, de acordo com as nossas regras, cada animal deve ficar preso e sair somente acompanhado pelo dono”, acrescentou.

Ricardo apresentou um projeto aos moradores para evitar que animais ficassem soltos pelo local correndo qualquer tipo de risco, porém a proposta não foi aprovada. O plano era fazer um canil para guardar os animais que ficassem perdidos pelo condomínio até a chagada do dono, assim evitando transtornos.

Decat

Em contato com o titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista (Decat), delegado Maércio Alves Barbosa, ele afirmou ao JD1 Notícias que, casos de maus tratos a animais relacionados com envenenamento são de difíceis elucidações, pois muitas pessoas, por medo, preferem ficar em silêncio.

“Maus tratos é previsto como crime ambiental, a pena é de três meses a um ano de detenção, considerada branda. Um crime que os procedimentos dele são regidos pela lei 9099, de menor potencial ofensivo”, explicou Maércio.

Ainda de acordo com o delegado, após o registro do caso é feita uma ação no JEC (Juizado Especial Civil) e realizado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), caso a polícia tenha a autoria do crime. Mas, segundo Maércio, normalmente é muito difícil chegar à autoria deste tipo de delito. “É necessário que quem veja algo relacionado a isso denuncie, mas muitos que são testemunhas não querem se envolver por medo de represália”, afirmou.

“Mas com o boletim de ocorrência é instaurado um procedimento, porém a elucidação não evolui por falta de provas e colaboração das pessoas. Quem estiver disposto a denunciar pode ir a qualquer delegacia e registrar o delito”, acrescentou.

Alves Barbosa destacou que a delegacia registra duas ocorrências de mortes por envenenamento a cada mês. No caso dos moradores do Village Parati, o titular da Decat orienta os moradores que se dirijam até a Delegacia de Pronto Atendimento (Depac) do Piratininga responsável pela região.

Outras informações também podem sem passadas pela delegacia especializada em crimes ambientais através do telefone 3382-9271.

Por Mauro Silva

Fonte: JD1 Notícias

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