Nove razões para não visitar zoológicos

Nove razões para não visitar zoológicos

A princípio, os zoológicos eram locais em que os ricos podiam ver “exposições” de animais selvagens vivos trazidos do exterior. A justificativa que muitos zoológicos dão para sua existência, no século 21, é que eles protegem os animais e preservam as espécies ameaçadas de extinção, mas isso não é verdade. Hoje em dia, muitos já entendem o que eles realmente são: prisões para animais.

Leia mais para descobrir por que ninguém deve apoiar os zoológicos.

  1. Os animais sofrem em cativeiros

O cativeiro é um verdadeiro inferno para os animais, que devem ser livres. Os recintos dos animais dos zoológicos e parques de safári do Reino Unido são, em média, 100 vezes menores que os locais em que os animais vivem em seus habitats.

Nos zoológicos, todas as decisões em relação aos animais, que incluem o que comer, quando dormir e quem eles escolhem para o acasalamento, são controladas por humanos. Eles não podem percorrer por grandes áreas ou fazer muitas das outras coisas que são naturais e importantes para eles. Com muita frequência, nem é permitido que eles fiquem com suas famílias, pois, geralmente, os animais mais novos são transferidos para outros zoológicos.

O estresse diário e a falta de estímulo, muitas vezes, provocam comportamentos anormais e autodestrutivos, como a inquietação, o andar em círculos, o balançar de um lado para outro ou a automutilação, uma condição conhecida como “zoocose”. Esse tipo de comportamento é praticamente inexistente em espécies selvagens. Às vezes, os funcionários dos zoológicos dão medicamentos antidepressivos, tranquilizantes ou antipsicóticos na intenção de esconder tais sofrimentos.

  1. Muitos zoológicos não fornecem um padrão mínimo de assistência

Mesmo nas melhores condições, é impossível os zoológicos atenderem a todas as necessidades ambientais, nutricionais, climáticas e sociais de todas as espécies que eles mantêm em cativeiro, e alguns deles não fornecem nem os cuidados básicos. O Zoológico e Safári de South Lakes, em Cúmbria, Inglaterra, virou manchete em 2017 quando descobriram que, em menos de três anos, cerca de 500 animais morreram por motivos de desnutrição, hipotermia, falta de cuidados veterinários e até negligência total. Uma tartaruga foi eletrocutada pela cerca elétrica do zoológico, e lêmures e pássaros foram atropelados por um trem de brinquedo que circulava pelo local.

Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Bristol, mais de 75% dos zoológicos britânicos não estavam de acordo com todos os padrões mínimos de bem-estar animal.

Foto: Jo-Anne McArthur / Zoocheck
  1. Os animais são retirados de seus lares

Os zoológicos ainda retiram à força os animais de seus ambientes naturais para exibi-los. Recentemente, o zoológico Borth Wild Animal Kingdom, no País de Gales, foi o responsável pela morte de dois linces retirados de seus habitats e colocados em recintos que os donos do zoológico admitiram “não serem adequados”. Um lince foi morto depois de escapar e o outro foi estrangulado até a morte ao ser transportado para um outro recinto. E, há alguns meses, filhotes de elefantes foram capturados  na natureza e afastados de suas mães e manadas antes de serem enviados para a China para viver uma vida de privação nos zoológicos. Em decorrência de espaço, alimentação, hidratação e cuidados veterinários inadequados, os animais, geralmente, sofrem de problemas de saúde debilitantes nos zoológicos, e a maioria morre prematuramente.

Foto: Jo-Anne McArthur / Born Free Foundation
  1. “Preservação” é enganação

A grande maioria das espécies mantidas nos zoológicos não está ameaçada de extinção. Embora muitos acreditem equivocadamente que os zoológicos reintroduzem animais ameaçados de extinção em seus habitats nativos, a realidade é que a maioria dos zoológicos não tem nenhum tipo de participação em nenhum programa de reintrodução. Isso significa que as espécies criadas em cativeiro que estão em extinção, incluindo elefantes, ursos polares, gorilas, tigres, chimpanzés e pandas, raramente, ou nunca, são soltos em seus ambientes naturais para aumentar as populações em declínio.

Foto: Filming For Liberation
  1. Todas as jaulas do mundo não impedirão os animais de serem extintos

Enquanto os zoológicos gastam milhões para manter os animais confinados, os habitats são destruídos e os animais são mortos, pois não há recursos suficientes para a proteção deles. A única maneira eficaz e sustentável para salvar as espécies é apoiar projetos que visam à causa principal da extinção e da exposição de animais à situação de risco, a destruição do habitat. Afinal de contas, para que serve a criação de animais se eles não têm mais para aonde ir?

Foto: Jo-Anne McArthur / Born Free Foundation
  1. Animais saudáveis são mortos

Os zoológicos decidem criar animais porque o público ama ver os filhotes. Os programas de criação não atendem a nenhum propósito verdadeiro de preservação e, sob o pretexto de “preservação das espécies”, muitos zoológicos se livram dos animais “excedentes”, matando-os ou vendendo-os a comerciantes antiéticos de animais exóticos. Uma girafa chamada Marius foi morta pelo Zoológico de Copenhague e serviu de alimento para os leões por ter sido considerada inútil para a reprodução. Em um zoológico britânico, as carcaças de animais abatidos, como babuínos e veados ameaçados de extinção, foram abandonadas ao lado das lixeiras.

Foto: Filming For Liberation
  1. Os animais são treinados para fazer truques

Os animais não são atores nem atrações para serem aprisionados e observados. No entanto, em muitos zoológicos, eles são treinados para fazer truques como se estivessem em um circo. Neste ano, uma ursa panda foi forçada a pintar através das barras de sua prisão como parte de uma atração em um zoológico austríaco, e as pinturas foram vendidas on-line. Em um zoológico, no Alabama, um panda vermelho foi forçado a fazer o mesmo no intuito de atrair visitantes. Em 2010, um elefante no Woburn Safari Park, no Reino Unido, foi forçado a obedecer aos comandos do funcionário do zoológico com o uso de choques elétricos de alta tensão. De forma perturbadora, zoológicos do Reino Unido têm criado animais para vendê-los para circos em outros países.

Foto: Jo-Anne McArthur / Born Free Foundation
  1. As crianças aprendem as lições erradas

Um estudo realizado com crianças entre as idades de 7 e 15 anos, que visitaram o Zoológico de Londres, demonstrou que a maioria delas, incluindo as que visitaram o zoológico sob a orientação de educadores, não apresentou resultados educacionais positivos. Em muitos casos, a visita teve até um impacto negativo na compreensão dos animais e seus habitats.

E isso faz sentido. Não iríamos a uma prisão para aprender sobre a sociedade humana típica; portanto, por que aprenderíamos sobre os animais observando-os em cativeiro?

Afinal de contas, os zoológicos são empresas destinadas a entreter pessoas e lucrar com elas, não são estabelecimentos de ensino. Eles incentivam a ideia equivocada de que é aceitável interferir na vida dos animais e mantê-los presos em cativeiro, local em que ficam deprimidos, desconfortáveis e privados de todo o controle de suas vidas.

Foto: Free Morgan Foundation
  1. As leis de proteção animal são escassas

Algumas espécies, como orcas e elefantes, que percorrem grandes distâncias na natureza, são particularmente inadequadas para qualquer forma de cativeiro. Portanto, todas as regulamentações existentes fazem muito pouco para impedir o sofrimento rotineiro oriundo da negação de liberdade e autonomia aos animais.

Tradução de Renata Tepedino

Fonte: PETA


Nota do Olhar Animal: O artigo não é recente (de 2018), mas decidimos publicá-lo por ser bem importante para a compreensão sobre o desastre que zoológicos representam para os animais.

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