PAN repudia comentário polémico de toureiro: “Justifica o injustificável”

PAN repudia comentário polémico de toureiro: “Justifica o injustificável”
Facebook / PAN

Depois dos comentários do toureiro Pedro Silva, conhecido como ‘Pedrito de Portugal’, o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) desmentiu as acusações do ‘matador’, acusando-o esta quarta-feira de mentir quando afirmou que os apoiantes do partido são pagos para participar nas manifestações contra a tauromaquia.

Em comunicado, o PAN afirmou que “é absolutamente falso que as manifestações em frente ao Campo Pequeno são promovidas pelo PAN por puro negócio e que cada manifestante recebe 25 euros para participar nas mesmas”.

“Não existe qualquer valor envolvido na presença dos manifestantes contra a tauromaquia. Mais, o PAN acredita que a sociedade civil tem uma dívida de gratidão para com os ativistas, associações de proteção animal e cuidadores, que desempenham um trabalho incansável no combate ao maus-tratos a animais, ao contrário de ‘Pedrito de Portugal’, que possui uma carreira incompreensível à luz dos valores éticos e morais do nosso tempo: a de torturar e matar touros na arena”, contra-atacou o partido ambientalista.

O comunicado do PAN surge depois de ‘Pedrito de Portugal’ ter feito o comentário sobre os protestos contra a prática de matar touros por desporto e, em entrevista ao Expresso, ainda afirmou que “touro não sofre” e “não existe sofrimento, porque não existe dor”. A entrevista também ficou viral nas redes sociais, depois de Pedro Silva ter-se mostrado contra os direitos dos animais, alegando que “para haver direitos tem de haver deveres e os animais não têm deveres” – o que levou vários utilizadores, nomeadamente na rede social Twitter (agora X), ao aplicar a expressão usada a bebés recém-nascidos.

O PAN esclareceu que as declarações sobre a falta de dor pelo touro é “falso”, apontando para o “consenso existente na comunidade científica, que reconhece a senciência dos animais e a sua capacidade de sentir dor e de sofrer, quando sujeitos a agressões como as que são infligidas numa corrida de touros”.

“As alegações servem, assim, apenas para justificar o injustificável: a tortura de um animal. Ademais o próprio Comité dos Direitos das crianças da ONU enquadra a tauromaquia no âmbito das atividades violentas, tendo já instado o Estado português por três vezes, a adotar medidas que afastem as crianças da violência da tauromaquia”, referiu ainda o partido, liderado por Inês de Sousa Real.

Sobre a opinião da sociedade portuguesa, o partido, que tem sido o mais vocal na política contra a tauromaquia e que faz dessa luta uma das suas principais bandeiras, referiu ainda que “a defesa do fim da tauromaquia é uma política de bem-estar, na medida que, para além das inúmeras petições da sociedade civil que reivindicam uma maior proteção dos animais e a abolição da tauromaquia, um estudo de 2020 publicado na revista científica ‘Animals’ revela que 67% da população portuguesa não concorda com a realização de touradas”.

“O PAN defende a abolição da tauromaquia, colocando-se do lado da defesa e proteção dos animais. Continuaremos a defesa das nossas causas, reconhecendo o trabalho das associações e ativistas, apresentando propostas e desmascarando os argumentos falsos daqueles que continuam a justificar o injustificável: a tortura de um animal numa arena”, reiterou o comunicado.

Fonte: Notícias ao Minuto / mantida a grafia lusitana original

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