Tigres são criados para virar comida no Laos

Tigres são criados para virar comida no Laos
Foto: Fly_dragonfly/iStock

Uma zona econômica livre de 31 km2 no Laos, próxima à fronteira com a Tailândia, contém uma fazenda dedicada à criação de tigres ameaçados de extinção para alimentação de turistas e produção de souvernirs. Esse território sem lei, cedido pela ditadura do país a um grupo de capitalistas de Hong Kong em 2007, foi tema de uma reportagem do jornal norte-americano New York Times publicada agora, em 6 de junho.

O Kings Romans Group, sob vista grossa do governo comunista de partido único, também é responsável por um cassino, uma rede de hotéis, ringues para brigas de touros e galos e um centro de compras com produtos de origem chinesa livres de impostos, todos concentrados na pequena faixa não-regulamentada.

O local, disfarçado de zoológico decadente, é só um de vários pontos conhecidos de criação de mamíferos de grande porte em risco de extinção no Sudeste Asiático. Grupos dedicados à proteção dos animais calculam que só no Laos, dentro e fora da área que está sob jurisdição dos investidores chineses, vivam mais de 700 tigres em cativeiro – indefesos e estressados, com garras e dentes cortados. Eles às vezes são usados para atrair visitantes, mas em geral serão mortos para a produção de carne, jóias e remédios típicos da medicina popular.

Turistas vão à região para fazer o que não é permitido em nenhum outro lugar do mundo. O New York Times apurou que pratos de carne de tigre são servidos como iguarias locais de US$ 45,00, e são acompanhados de uma bebida chamada “vinho de tigre” – uma espécie de infusão feita com ervas, grãos e ossos do animal, que sai por US$ 20,00 a dose. O local não é monopólio do Kings Romans Group, mas concentra também outros empreendimentos, quase todos comandados por chineses.

Fonte: Super Abril


Nota do Olhar Animal: Não há qualquer diferença moral entre se criar tigres para consumo e se criar bois, cães, porcos, gatos ou aves com este mesmo propósito. Todos estes animais tem interesses próprios, todos são sencientes, todos merecem a mesma consideração. Estes são os aspectos mais relevantes para se analisar. Por outro lado, é lamentável que ainda se use o argumento de que “foram criados para isso”, muito corriqueiro na defesa do abate dos animais explorados por quem lança mão desta “tese”. Por este raciocínio, não haveria problema em se criar humanos para serem abatidos, esquartejados e consumidos, já que teriam sido criados para este fim. E obviamente isto não é correto. Este verdadeiro holocausto animal ocorre em todo mundo e não há qualquer relação com o sistema político, etnia, etc.

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