Três girafas trazidas da África do Sul para Bioparque do Rio morrem; ambientalista denuncia maus-tratos de outras 15 ao Ibama

Três girafas trazidas da África do Sul para Bioparque do Rio morrem; ambientalista denuncia maus-tratos de outras 15 ao Ibama

Biólogos estão investigando o que pode ter causado as mortes de três girafas trazidas da África do Sul e que seriam levadas para o Bioparque do Rio. Como mostrou o RJ2 nesta quarta-feira (19), os animais teriam tentado fugir do espaço em que passavam por adaptação, no Sul do estado. Ambientalistas denunciaram que o local era pequeno e não adequado para os bichos.

VÍDEO: Biólogos investigam morte de 3 girafas que iriam para o Bioparque

Ao todo foram levadas para o Resort Safari Portobello, em Mangaratiba, numa área afastada da cidade na Costa Verde, 18 girafas. Elas estavam no local há mais de dois meses. O grupo de animais faz parte de um projeto de conservação. Em todo o país, atualmente, existem 17 girafas.

O casal da espécie que vivia no antigo zoológico do Rio morreu há 7 anos. O Bioparque da Quinta da Boa Vista não tem girafas. Em 14 de dezembro, três das 18 girafas que estavam no resort em Mangaratiba escaparam de um local onde elas estavam tomando sol.

Seis delas derrubaram cercas de madeira e correram para longe do espaço. Horas depois elas foram recapturadas e, à noite, metade das que fugiram morreram. As causas para isso estão sendo investigadas.

O responsável técnico do Bioparque disse que as três girafas que morreram não sofreram ferimentos durante a recaptura. Veterinários da própria equipe do Bioparque participaram da elaboração do laudo que foi enviado para o Ibama.

Segundo o biólogo do Bioparque, é possível que um “pico de atividade física” tenha feito os animais desenvolverem doenças “relacionadas ao tecido muscular esquelético”, o que pode ter levado às mortes. Ele não acredita que a causa tenha relação com a fuga.

As girafas trazidas da África não saem ao ar livre desde 14 de dezembro. Elas ficam em baias com cerca de 40 metros quadrados para, teoricamente, passarem por um período de adaptação.

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) disse que vistoriou o espaço antes das girafas chegarem e que constatou que o local estava em boas condições. Informou, ainda, que o resort é licenciado por órgãos competentes e preparado para as necessidades dos animais.

Um ambientalista ouvido pelo RJ2 discorda. Márcio Antônio Augelli afirmou que o local onde estão os animais são galpões com chão úmido e cimentado. De acordo com ele, o local não serve para fazer quarentena, sem ver a luz do dia e pisando em fezes.

Augelli disse ter procurado o presiente do Ibama para relatar o caso, mas foi ignorado.

O que dizem Inea e Ibama

O Inea confirmou as mortes das girafas e informou que se reuniu com representantes do Ibama e do Bioparque para tratar do assunto. O laudo de necropsia, segundo o instituto, deve ficar pronto nos próximos dias e pode indicar a causa da morte dos animais.

Com os resultados, o Inea pretende fazer uma nova vistoria local.

Em nota, o Ibama informou que vai apurar eventuais irregularidades cometidas pela empresa que importou os mamíferos. E acrescentou que a autorização para importar as 18 girafas foi emitida após avaliações feitas no zoológico do resort Portobello.

A liberação, informou o instituto, também foi dada pelo Instituto Estadual do Ambiente e pelo Ministério da Agricultura.

Fonte: G1

Nove razões para não visitar zoológicos