Voluntários fazem ‘casinhas’ de papelão para aquecer animais abandonados no DF

Voluntários fazem ‘casinhas’ de papelão para aquecer animais abandonados no DF
Voluntários do 'Casinha AUmiga' distribuíram 30 casas em quatro regiões do DF (Foto: Arquivo pessoal)

Preocupado com a chegada do frio, um grupo de voluntários decidiu produzir casas de papelão para aquecer cães e gatos abandonados no Distrito Federal. O primeiro “mutirão” para confeccionar os abrigos reuniu cerca de 30 pessoas nesta segunda-feira (10) em Santa Maria.

Em duas horas, os voluntários confeccionaram 30 casas, que foram distribuídas perto de hospitais, praças e pontos de ônibus de quatro regiões. No próximo fim de semana serão realizados mais dois mutirões, em Santa Maria e no Gama. O grupo ficou conhecido como “Casinha AUmiga” e já conta com mais de 200 voluntários.

A ideia surgiu da estudante de gastronomia Juliana Karolynne Rocha, de 18 anos. Ela conta que começou a cuidar dos animais há um ano, quando o cachorro dela morreu. A partir daí, para afastar a tristeza, começou a resgatar animais de rua e ajudar no tratamento e na adoção.

Há cerca de uma semana, Juliana, com o apoio de três amigos, iniciou o projeto na área onde mora, em Santa Maria. Eles criaram uma conta em redes sociais para divulgar o projeto e, em duas horas, mais de cem pessoas já haviam feito contato e pedido para participar.

“Todo mundo pensa no ser humano, né? Mas, nas campanhas de agasalho, eu não tenho visto nada para os animais. Quando eu decidi criar o projeto, não imaginei que tomaria uma proporção tão grande.”

Voluntários fizeram camiseta com a logomarca do ‘Casinha AUmiga’ (Foto: Arquivo pessoal)

A ideia dos organizadores é expandir a iniciativa para outras regiões do DF. Eles começaram a escolher representantes de cada região para promover oficinas e mutirões nos locais. Os voluntários mapeiam pontos estratégicos e distribuem “casinhas” e ração.
Segundo Juliana, o intuito não é apenas ajudar de forma emergencial, mas, a longo prazo, mapear os locais com animais abandonados para dar assistência veterinária e ajudar na adoção.

“Fui criada com animais, sempre tive cachorro e outros bichos, só que eu não olhava pros cães de rua. Depois que você começa a ver atitudes assim, você tem mais sensibilidade. Então espero que sirva de exemplo para outras pessoas.”

Voluntários que participaram do mutirão de confecção de casas de papelão para animais abandonados (Foto: Arquivo pessoal)

O artesão Ubiratan Coelho, de 51 anos, foi um dos primeiros a se voluntariar. Ele conta que descobriu o projeto porque a filha viu fotos na internet. Há dois anos, o morador do Gama também confecciona casas para os animais abandonados da região e se identificou com o projeto.

“O animal é indefeso, meu coração dói muito. É de família, minha irmã tem dez cachorros, meu pai gostava de gatos. É amor ao próximo, não só ao ser humano mas também aos animais.”

Ubiratan Coelho é responsável por dar oficinas e ensinar os voluntários a produzir as casas de papelão. Ele diz que uma das preocupações do grupo é que as pessoas retirem as caixas da rua ou joguem fora.

“Eu sou artesão, Deus me deu esse dom e eu gosto de trabalho social, então uso para ajudar os animais. Não posso ver criança, idoso e cachorro abandonado que eu até choro.”

“Às vezes, as pessoas podem ver a caixa de papelão e pensar que é lixo, ou os moradores de rua podem usar pra fazer fogueira e se aquecer. Mas, se a casa for pintada e bem trabalhada, as pessoas não vão mexer. É uma casinha bonita, e até uma criança pode fazer.”

Casas de papelão distribuídas no Terminal Rodoviário de Santa Maria (Foto: Arquivo pessoal)

Como participar

Para ser voluntário do “Casinha AUmiga” ou doar ração e outros materiais para a confecção das casas, é só entrar em contato com os organizadores do projeto pelos tefones (61) 99290-7618 e (61) 99237-0220 ou pela página deles.

Por Bianca Marinho (sob supervisão de Maria Helena Martinho)

Fonte: G1

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