Após deixar cachorro para morrer de inanição, tutor quer o animal de volta em Bento Gonçalves, RS
Nesta semana, uma história chocou um grupo de voluntárias de Bento Gonçalves. No último domingo (05), um cão em estado crítico de desnutrição foi resgatado por elas e pela Patrulha Ambiental da Brigada Militar (PATRAM) no bairro Santa Rita. Na ocasião, o animal foi encontrado a beira da morte, pesando 1,7kg (quando o mínimo para seu porte seria de 6kg) e, prontamente a equipe o encaminhou para uma clínica veterinária na cidade. Agora, o tutor que será investigado por maus-tratos, deseja reaver a guarda do animal.
A história
Como citado, o cão, batizado de Marley, foi resgatado no bairro Santa Rita no último domingo (5). Devido ao estado do animal, imediatamente ele passou a ser tratado por um veterinário. Junto do cachorro, que já é idoso e está cego, foi encontrado apenas um osso, sem carne.
Segundo relato que os veterinários repassaram para Taís Koff, uma das responsáveis pelo resgate, o quadro era tão precário que o cachorro estava a horas de falecer. Felizmente, o trabalho das voluntárias e da PATRAM conseguiram salvá-lo. Ainda lutando para sobreviver, até este sábado (11), seu estado já melhorou, com seu peso agora chegando aos 3kg. Contudo, ele segue em situação crítica e sem previsão de alta.
Segundo Taís Koff, ao chegar na clinica veterinária, o cão estava hipodérmico e, tão desnutrido e desidratado que os médicos não conseguiam sequer encontrar uma veia para fazer soro.
Dono procura reaver o cão
Após o resgate, Marley foi para clínica e, durante a semana, o tutor do animal foi diversas vezes ao estabelecimento exigindo reaver a guarda do animal. Taís Koff relatou a situação
“A advogada dele me procurou e ela disse que ele já tinha feito três pedidos três orçamentos da eutanásia para o cão e que ele não tinha ainda levado para a eutanásia porque não tinha tido coragem. Ou seja ele tinha deixado o cachorro para morrer de inanição. Se ele queria eutanasiar o cão só porque é idoso, porque ele não tem doença nenhuma, a gente fez tudo o que foi exame, fez raio X. Ele não tem nenhuma doença. Ele está nesse estado por falta de comida, por falta de nutrição.” Afirma
A voluntária segue afirmando que “não entendo porque ele quer de volta se ele queria eutanasiar o cão. E, pelo que nós soubemos por algumas pessoas dos arredores, é que ele não tinha levado para eutanásia porque ‘ele não ia gastar’, que o cachorro que morresse.”
E agora?
O animal que ainda luta para sobreviver, não deve ser devolvido ao dono, segundo a voluntária. De acordo com ela, ainda nem mesmo se sabe se Marley conseguirá sobreviver por conta do estado que estava e, também, por sua idade avançada.
O caso agora tramita na justiça, uma vez que o proprietário deverá ser investigado pela Polícia Civil por maus tratos.
Caso seja condenado, o indivíduo pode pegar de dois a cinco anos de prisão, além de multa e proibição de ter outros animais no futuro.
Apelo das ONGs
Nos últimos tempos, por conta da pandemia e da crise financeira que vive o país e o mundo, o abandono de animais tem sido registrado cada vez mais. Em entrevista ao Grupo RSCOM, Taís fez um apelo, pois, nesta semana, apenas o grupo de voluntárias que ela participa fez seis resgates de maus tratos. Em um dos casos ela salvou 15 filhotes de gatos que haviam sido separados da mãe ao momento que nasceram e logo jogados no lixo em uma mochila.
Denuncie caso veja uma cena de maus-tratos, como esta de Marley e tantos outros casos que têm sido vistos em Bento Gonçalves. Quando situações como estas ocorrem, deve-se acionar a PATRAM através do 190, ou, ainda, no caso da Capital da Uva e do Vinho, o Conselho de Bem-Estar Animal (Combea) pelo fone (54) 3055-7100
Como ajudar
Os interessados em auxiliar no tratamento do animal podem fazer envio de qualquer quantia através do PIX 675.023.930-72 (CPF de Taís Koff). Para mais informações sobre como ajudar Marley ou ainda diversos outros animais resgatados por Taís, basta contatar o telefone (54) 99118-6089.
Por Gunther Scholer
Fonte: Leouve
Nota do Olhar Animal: O que o tutor pretendia não era “eutanasiar” o cão e sim EXTERMINÁ-LO. A eutanásia é um ato de caráter misericordioso e que deve atender aos interesses de quem o sofre, e não aos interesses de quem o pratica. Só pode ser chamado de “eutanásia” o ato de abreviar a vida de um animal com doença incurável e em estado irreversível de sofrimento. Os órgãos públicos de saúde disseminaram o entendimento errado do termo “eutanásia” a fim de tentar minimizar a IMORALIDADE de suas ações de extermínio. Infelizmente, até mesmo protetores usam erradamente esta terminologia.