Brinquedos viram cadeirinhas e próteses para animais em Gaza
Um abrigo para animais na Faixa de Gaza está usando rodas de carros de brinquedo, bicicletas e triciclos infantis para construir aparelhos de mobilidade para cães e gatos com deficiências. Com isso, eles os ajudam a andar, correr e brincar novamente, apesar de não terem aceso a próteses especializadas e tradicionais.
Funcionários do Abrigo de Resgate Animal Sulala, localizado no enclave palestino, trabalham para criar cadeiras de rodas improvisadas ou próteses de patas feitos de metal e madeira reciclados para cerca de 32 cães e gatos.
“No nosso abrigo, temos 12 cachorros sem pernas, quase metade deles têm paralisia. Também temos 20 gatos com paralisia ou amputados”, disse Said Al-Aer, um dos administradores do local.
Uma das cachorras, Lucy, que perdeu os movimentos das patas traseiras após ser atropelada, ganhou uma cadeira de rodas feita com as rodas coloridas de uma bicicleta de criança. Com a ajuda de voluntários, Lucy foi colocada em uma armação que conecta seu assento à estrutura das rodas. Com as pernas colocadas confortavelmente, ela anda pelo local.
“Nós também transformamos um carro de brinquedo em uma cadeira de rodas para esse gato”, conta o tio de Sair, Ismail Al-Aer, que desenhou um aparato para um dos felinos, usando as rodas de um carrinho.
O abrigo para animais, na cidade de Gaza, recebe brinquedos doados por instituições de caridade na Austrália e no Reino Unido.
Não existem centros especializados para animais em Gaza. O enclave tem duas empresas que produzem próteses, mas elas se dedicam a criar membros artificiais para cerca de 1,6 mil pessoas amputadas que vivem na região.
Com isso, ninguém produz esse tipo de auxílio para os animais, o que torna o trabalho do abrigo ainda mais importante. “Depois da guerra, recebemos muitos casos de animais amputados ou com paralisia, mas infelizmente não podemos ajudar muito porque não há um centro de próteses para eles em Gaza”, explica Bashar Shehada, um dos poucos veterinários que trabalham no território.
Fonte: R7