Cabeleireiro espalha comedouros e bebedouros para cães e gatos abandonados em ruas do interior do Acre
Cães e gatos que perambulam pela cidade de Acrelândia, interior do Acre, passaram a contar com a solidariedade de um amigo para ter comida, água e até mesmo um abrigo. O cabeleireiro Weliton França montou comedouros e bebedouros em frente do trabalho e de casa para alimentar animais abandonados no município.
VÍDEO: Cabeleireiro espalha comedouros e bebedouros para cães de rua em Acrelândia.
A ideia surgiu no início da pandemia, quando as atividades não essenciais, incluindo restaurantes e lanchonetes que davam algum alimento para os animais, foram suspensas no Acre para evitar a proliferação do novo coronavírus. Preocupado com os bichos, França passou a dar comida e água para os animais sem tutores.
“A ração vem de doação da população, quando não querem comprar doam o dinheiro e compro e alimento eles”, contou o profissional.
E assim, com doações, França consegue amenizar o sofrimento dos animais que não têm um lar, carinho, amor e proteção. Na última segunda-feira (26), quando uma frente fria chegou no estado acreano, o cabeleireiro recebeu a ligação de uma professora avisando sobre um animal atropelado.
O morador foi até o local e achou um cachorro com as duas patas e o fêmur quebrado. França levou o cão para um clínica veterinária em Rio Branco, onde ele permanece internado em tratamento.
Dificuldades para custear o tratamento
Devido aos ferimentos e os cuidados para a recuperação, o tratamento do animal já ultrapassou R$ 1 mil e o cabeleireiro pediu ajuda a amigos e conhecidos para o custeio.
“Colocou um pino na patinha dele, está internado e daqui uma semana, mais ou menos, pega alta já. Tem uma família que vai ficar com ele. O custo está entre R$ 1,4 mil e pode passar por causa da medicação. Levantei na internet [campanha] pedindo ajuda para no tratamento de animais”, confessou.
O abandono de animais não é um problema exclusivo de Acrelândia, em Rio Branco a mesma situação é, visivelmente, constatada nos bairros da cidade. Não há políticas públicas voltadas para os animais por parte do município e, por esse motivo a Associação Patinha Carente, que atua com suporte e resgate de animais abandonado, pretende acionar a Justiça.
A advogada e presidente da ONG, Vanessa Facundes, entrou com uma ação no Ministério Público Estadual (MP-AC) para pedir melhorias principalmente nas ações realizadas pelo Departamento de Controle e Zoonoses (DCZ) da capital e até tiveram uma reunião. Mas, de acordo com ela, a situação piorou.
“Na última reunião que tive com a direção do Centro de Zoonoses, me informaram que vai estar em reforma o ano inteiro e que não vão fazer castração, não vão atender os animais da população. Também não tenho visto campanha contra a raiva. É competência deles fazer castração, recolher animais que estão nas ruas em situação de risco”, afirmou.
Por Aline Nascimento e Andryo Amaral
Fonte: G1