Caso de maus-tratos a animais e agressão contra voluntária de ONG é registrado em Caxias do Sul, RS
Voluntários da ONG Sem Raça Definida (SRD) passaram por momentos angustiantes na última quinta-feira (21), em Caxias do Sul. Ao chegarem em uma residência para conferir um caso de possível maus-tratos, localizada no Centro da cidade, uma das voluntárias foi agredida por um tutor. Os representantes estavam com apoio dos oficiais da Polícia Civil, com presença também da Brigada Militar, e na oportunidade, duas pessoas foram detidas.
O caso foi recebido pela ONG SRD após inúmeras denúncias de maus-tratos contra os tutores dos animais. Quatro cães e duas calopsitas estavam vivendo em más condições, sendo que um dos cachorros e as aves estavam em cativeiro, além de precariedade de alimento e bem machucados. Um dos cães, que ficava solto no pátio, conforme as denuncias à ONG, uivava dia e noite.
No dia em questão a voluntária, uma veterinária e policiais civis efetuaram a visita na residência, na rua Sinimbu, na intenção de levar os animais em condições deploráveis, como conta a presidente da ONG. “Haviam quatro cães e dois pássaros, sendo que desses quatro cães, dois estavam em estado lastimável. Um deles estava em cativeiro e outro, da raça pitbull, está muito machucado, ambos com lesões nos olhos e pelo corpo todo. Outros dois estavam em condições um pouco melhores. No início, a tutora deixou que entrássemos, tudo certo”.
Dois dos cães encontrados já haviam sido encaminhados ao táxi-dog para receberem atendimento veterinário. Posterior a tutora ter deixado os voluntários e as autoridades entrar, o genro dela, também tutor de um dos animais, teria empurrado a voluntária, que estava segurando o portão para os demais animais não fugirem, prensando-a contra a grade, amassando um dos dedos dela. Com isso, os outros dois cães acabaram fugindo, um Pinscher e um Yorkshire. A veterinária e uma estagiária tentaram ir atrás dos animais, porém, não haviam sido localizados, encontrados apenas no sábado (23/03), nos bairros Vila Lobos e Rio Branco. Além disso, ele teria disparado várias ofensas contra a voluntária e as equipes de plantão.
Todos os animais, incluindo as aves, foram resgatadas e receberam atendimento médico e seguem internados para o devido tratamento. Os cães também foram castrados. Os tutores foram encaminhados para registro de ocorrência na Delegacia de Polícia.
ATENÇÃO: Imagens fortes!
Na quarta-feira, dia 20/03, as equipes da Secretaria do Meio Ambiente estiveram na residência, as quais emitiram uma notificação aos tutores. Conforme o documento emitido, os tutores precisam adequar às condições para abrigar os animais. “Providenciar um local protegido para todos os cães, tem casinha para um deles e outros dois, locais fechados. Procurar deixar o cão Zeus mais tempo solto, a fim de evitar o estresse do animal. Encaminhar mais informações sobre o cão Spike”. Ainda segundo a pasta, os tutores têm prazo de 15 dias para as adequações do ambiente. Caso não seja atendida a notificação, será lavrado auto de infração.
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Laudo veterinário
Conforme o laudo veterinário, emitido no mesmo dia, o local onde viviam os quatro cães e duas aves “apresentava-se extremamente sujo, com cheiro forte, com alimentos de procedência duvidosa, em espaço sem cobertas, não estavam livre de frio, e podendo expressar seu comportamento normal, configurando espaço inadequado para sobrevivência canina. Um dos animais estava em cativeiro, demonstrando desidratado, escore corporal 2, mucosa pálida, ferida por toda extensão da pele, lesão em olho esquerdo. Outro animal de porte grande apresentando lesões em região do pênis, patas, cabeça, lombar com feridas, olhos machucados e avermelhados, secreção ocular, No local também havia duas aves em um espaço não adequado, com falhas nas penas e avermelhamento em patas”.
Pedido de ajuda da ONG SRD
Os voluntários pedem apoio da comunidade para poderem angariar recursos e auxiliar os animais acolhidos pela organização. Segundo a presidente da SRD, Andressa Mallman, os atuais custos em uma única clínica veterinária passam de R$ 14 mil. No pix da ONG pode ser destinado qualquer valor. A chave é o e-mail [email protected]
Por Alice Corrêa
Fonte: Leouve