Cavalgadas são canceladas em cidades mineiras por recomendação do Ministério Público

Cavalgadas são canceladas em cidades mineiras por recomendação do Ministério Público
A ação também contou com o apoio da Coordenadoria Estadial de Defesa dos Animais (Ceda) (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

As cavalgadas que iram ser realizadas neste mês de agosto, nas cidades de Alpercata, Marilac e Governador Valadares, no leste de Minas Gerais, foram canceladas. A medida ocorreu depois do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), junto à Promotoria do Meio Ambiente, expedir recomendações para que eventos desse tipo não ocorressem, por causa do risco sanitário e do bem-estar animal.

A ação também contou com o apoio da Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais (Ceda). O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), responsável por fiscalizar os eventos agropecuários, adotou providências para que as cavalgadas não fossem realizadas, o que foi garantido pela Polícia do Meio Ambiente.

Segundo Fernanda Braga, diretora do Brasil sem Tração Animal, a medida é muito importante, já que regulamentações são desrespeitadas e o direito dos animais são violados. “Essa ação é de interesse de toda a sociedade, pois, a saúde e o combate à violência e abusos são temas relevantes para todos nós”, afirmou.

A ativista explica que esses eventos agropecuários apresentam riscos não somente aos animais, mas também aos humanos. “Esses eventos possuem um agrupamento grande de animais, oriundos de diversas localidades e com risco altíssimo de disseminação de doenças e zoonoses, como o mormo que acomete também humanos. Por exemplo, os cavalos podem chegar de determinada região contaminados e, durante o encontro, contaminar outros, o que espalhará a enfermidade. O mesmo pode ocorrer com as pessoas em contato com eles”, disse.

De acordo com o IMA, em função da concentração de animais de diferentes locais nos eventos deste tipo, o órgão define normas e promove medidas para evitar a possibilidade de transmissão e disseminação de doenças.

Além disso, ainda segundo o Instituto, vários procedimentos são exigidos para que os eventos agropecuários possam ser feitos, como o registro da empresa promotora no órgão fiscalizador e ter um médico veterinário.

Maus-tratos

Além da questão sanitária, Fernanda Braga denuncia que os animais que participam dos eventos são acometidos de maus-tratos e podem acabar mortos. “Alguns cavalos morrem após as cavalgadas, por excesso de esforço e abuso. Por isso, esses animais também correm risco de vida”, contou.

Ainda que seja eventos tradicionais, sobretudo no interior do estado mineiro, a diretora do Brasil Sem Tração Animal acredita que a população precisa refletir sobre os impactos desse tipo de atividade. “A tradição não está acima da Constituição Federal, nem mesmo das normais infra constitucionais que regem todo o coletivo”, pontua.

Por Ana Magalhães (sob supervisão da subeditora Jociane Morais)

Fonte: Estado de Minas

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