‘Era um animal dócil’, diz tutora de cão vira-lata que morreu após ser baleado em operação da polícia
Uma cadela morreu após ser baleada durante uma operação policial em Guaratinguetá, no interior de São Paulo, na noite da última sexta-feira (15).
Ao g1, a tutora do animal, Kessia Barboza da Silva, disse que a cachorra era dócil e contestou a versão apresentada pela Polícia Civil no boletim de ocorrência.
Tudo aconteceu no bairro Jardim Tamandaré, por volta das 15h. Segundo o boletim de ocorrência ao qual o g1 teve acesso, policiais civis e militares foram até o bairro na tentativa de capturar um homem que tinha três mandados de prisão.
No local, segundo o documento, os policiais tentaram abordar o homem, que, ao tentar fugir, entrou em luta corporal com um dos policiais e entrou na residência de Kessia.
Durante a tentativa de captura do homem, os policiais também entraram na residência. No local, atiraram contra o animal.
No boletim de ocorrência, os policiais classificaram o animal como ‘feroz’ e disse que ele atacou os agentes.
“Ressalte-se que, não bastasse a gravidade de todo o embate físico, ainda havia um cachorro feroz que atacou os policiais civis, sendo necessário efetuar um único disparo contra o animal que, apesar de atingido, empreendeu fuga”, diz trecho do boletim.
Segundo Kessia, no entanto, diz que a cadela era dócil e vivia no seu salão de beleza, inclusive ao lado de crianças.
“Minha cachorra estava no fundo [de casa] também. Alegaram que ela tinha avançado e que era feroz. Ela ficava no salão, no meio de crianças. Eu ouvi os disparos e achei que não tinha sido nela, uma vira-lata bem dócil”, expôs.
Após o tiro e o homem ter sido detido, Kessia viu que a casa estava com manchas de sangue e percebeu que a cadela havia sido alvejada. Ela acionou uma médica veterinária, que chegou a levar o animal para uma cirurgia de emergência, mas a cachorra não resistiu e morreu.
Segundo a advogada de Kessia, um outro boletim de ocorrência foi protocolado na Delegacia de Guaratinguetá pela tutora na tarde desta segunda-feira (18). À reportagem, ela disse que pretende processar o Estado pela morte do animal.
O g1 acionou a Secretaria de Estado da Segurança Pública, mas, até a publicação desta reportagem, não obteve retorno.
Fonte: g1