Vídeo: gato é agredido e deixado com maxilar quebrado em colônia de felinos de Piatã, em Salvador

Vídeo: gato é agredido e deixado com maxilar quebrado em colônia de felinos de Piatã, em Salvador
Ativista desabafou sobre a ineficácia das câmeras de segurança na colônia de felinos de Piatã | Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal

O projeto de implementar câmeras de segurança para evitar o abandono de animais em Piatã, na capital baiana, vem se mostrando cada vez mais ineficaz diante das diversas situações de crueldade que rondam a região. Recentemente, um felino foi vítima de agressão e acabou com o maxilar quebrado após um ato de covardia.

Apesar do crime cometido, os responsáveis ainda não foram identificados ou punidos, gerando revolta entre os protetores dos animais quanto à eficácia das câmeras de fiscalização, um projeto revelado pelo ex-deputado e ambientalista Marcell Moraes, que tinha como intuito acabar com o abandono dos animais na região.

Entretanto, casos como o do felino agredido e abandono parecem não diminuir, mesmo com a instalação das câmeras. O ativista Tiago Martins, voluntário engajado no resgate e cuidado dos animais abandonados em Piatã, falou ao BNews sobre o resgate do felino que ocorreu nesta quinta-feira (21). “O gatinho ficou arisco, com medo de gente. Ele entendeu que gente machuca ele a esse ponto. Hoje que a gente conseguiu estar levando esse gatinho para o veterinário, que é um voluntário”, iniciou.

“Todas as ações da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência e Bem-estar e Proteção Animal (SECIS) são para gato e cachorro com tutor. Não há ação para gato e cachorro de rua”, desabafou o ativista.

O felino foi encontrado sangrando e passando por dor, no entanto, Tiago informou que, mesmo recebendo comida, o animal estava assustado para permitir que se aproximassem dele, dificultando o resgate. “O bichinho ficou com o maxilar fraturado, sangrando, sem conseguir se alimentar. A gente estava colocando sachê para ele se alimentar, só que teve uma hora que ele começou a desconfiar da gente. Então, ele passou 72 horas sentindo dor nas ruas, você não tem nada nem ninguém para socorrer, para dar um amparo, falo dos órgãos públicos, pois diversos voluntários e veterinários estão indo na colônia, fazendo vaquinha para pagar”, comentou.

“Um abrigo municipal é tão importante quanto um hospital público. A gente precisa de um local para cuidar desses gatinhos e cachorros de rua”, desabafou.

Tiago ressaltou a importância dos hospitais públicos e castrações móveis, mas garante que essas ações não são suficientes para dar dignidade aos animais que estão em condição de rua. “Mas tudo é para animais que já tenham tutor, por exemplo, para fazer o pós-operatório, e você fica dependente daquela dívida de saúde de gratidão. Animal de rua não tem tutor para trocar por voto, então essa realidade tem que mudar! É isso que a sociedade metropolitana tem que fazer, que é ver o seguinte: ‘Se eu gosto de gato, gosto de cachorro, não posso querer só para os meus animais'”, pontuou.

“A gente tem que ter essa consciência coletiva de que o animal de rua também merece atenção, mesmo não tendo um tutor com título de eleitor”, criticou Tiago.

 

 
 
 
 
 
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E o papel da Prefeitura?

O ativista destacou a importância da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência e Bem-estar e Proteção Animal (SECIS) nessa luta, entretanto, criticou o descaso para com os animais em situação de rua. “Então o IPTU sobe absurdamente, vende-se área verde da cidade para a prefeitura pagar essa estrutura que não funciona? Isso é um absurdo! Nenhuma ação prática”, reforçou Tiago.

“Não funciona uma secretaria que tem como nome Bem-estar e Proteção Animal, e você está vendo um bicho agredido! E onde está a proteção deste animal?”, desabafou.

Martins ainda listou algumas ações que seriam mais efetivas para acabar com animais em situação de rua, sendo elas:

  • Obrigatoriedade de castração;
  • Chipar todos os animais para punir quem abandonar;
  • Feiras de adoções para arranjar um lar para os que já estão na rua.

A redação do BNews entrou em contato com a SECIS, que emitiu uma nota sobre o ocorrido. “A Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência e Proteção Animal (Secis) lamenta a suposta agressão ao felino na região da colônia de Piatã. As câmeras de monitoramento implantadas no local desde março deste ano têm o propósito de inibir ações delituosas contra os animais da região, especialmente o abandono para evitar reprodução descontrolada. Uma vez que, o crime e suspeitos são identificados pelo circuito de monitoramente, a pasta abre um boletim de ocorrência para encaminhar o caso à Polícia Civil, responsável pela investigação e punição por crime de maus-tratos e abandono de animais. Vale salientar que a Secis também não resgate de animais de pequeno e médio porte, medida que não é adotada em políticas públicas da causa animal no país para não estimular a prática de abandono”, informaram.

Confira:

 

 
 
 
 
 
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Por Natane Ramos

Fonte: BNews

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