Escola de Mato Leitão (RS) resgata cachorro e desenvolve projeto sobre cuidado aos animais

Escola de Mato Leitão (RS) resgata cachorro e desenvolve projeto sobre cuidado aos animais
Caramelo foi resgatado na última semana e está sendo cuidado pela comunidade escolar da SAP (Foto: Divulgação)

Quem circulou pelo pátio da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Santo Antônio de Pádua (SAP) nos últimos dias já pôde perceber a presença do Caramelo. O cachorro foi resgatado na quinta-feira, 22, pela professora de Ciências, Veridiana da Silva, com o auxílio de três alunos do 8º ano, no Loteamento Amizade. Além de muito magro, o animal estava com um ferimento na cabeça.

Foi a partir dessa ação que nasceu o projeto Caramelo – uma homenagem ao nome com o quão o cão foi batizado pelos estudantes. Segundo Veridiana, a ideia de desenvolver uma atividade relacionada à causa animal começou porque estavam chegando até a escola vários relatos sobre abandono de animais em Mato Leitão.

Em sala de aula, há cerca de duas semanas, ela sugeriu aos alunos do 8º ano o desenvolvimento de um projeto sobre castração de gatos e cachorros e eles gostaram muito da ideia. Para iniciar, a professora levantou a proposta de a turma procurar um mascote. “Comentei que, se alguém soubesse da história de algum cachorro que havia sofrido maus-tratos e tinha sido adotado, poderíamos contar a história dele”, relata.

Resgate

Foi então que uma estudante comentou que, perto da casa onde ela mora, no Loteamento Amizade, havia um cachorro abandonado e muito machucado. Com a autorização da direção da escola, a professora e três alunos foram buscar o animalzinho. Após o resgate, foi construída uma casinha para ele no viveiro de orquídeas, localizado nos fundos da Emef Santo Antônio de Pádua.

Além de muito amor e carinho, o Caramelo, que tem cerca de 2 anos, recebeu atendimento da veterinária Ana Campos, de Venâncio Aires, e medicamentos para vermes e pulgas, além de ter sido vacinado. Nos próximos dias, ele também será castrado. De acordo com a professora, o projeto que nasceu com a turma do 8º ano foi abraçado por toda a comunidade escolar e é possível perceber um envolvimento muito grande de todos os estudantes.

“Como agora é recesso, cada dia vai um aluno lá [na escola] e cuida dele, passeia com ele, dá alimento. Não esperei que tomasse essas proporções e não imaginei que os alunos seriam tão amorosos com os animais. Percebi que eles são bem conscientes em relação a valores e amorosidade”, compartilha.

Veridiana desenvolve o projeto em parceria com a professora de Geografia e conselheira do 8º ano, Vaine Becker. Além disso, diversos profissionais que trabalham na escola já se colocaram à disposição para auxiliar com os custos do tratamento do cão.

Continuação do projeto

Na próxima semana, após o término do recesso de inverno, o projeto Caramelo terá continuidade com o desenvolvimento de diversas atividades. A professora Veridiana explica que uma das ações é o recolhimento de tampinhas para colaborar com a Organização Não Governamental (ONG) Amigo Bicho, de Venâncio Aires.

Além disso, a advogada Liliana da Silva realizará palestras com a turma do 8º ano sobre as questões jurídicas relacionadas ao abandono e aos maus-tratos de animais. Ela também auxiliará a escola em outro desdobramento dessa iniciativa, que envolve a realização de um levantamento de famílias carentes que gostariam de castrar seus cachorros e gatos.

Veridiana destaca que esse projeto sobre a castração está sendo apoiado pelo vereador José Eliseu Rodrigues da Silva, o Zeca Rodrigues, que é morador de Vila Santo Antônio, e o objetivo é que ele seja apresentado na Câmara de Vereadores. “Cada vez esse projeto está crescendo mais”, observa a professora. Ela ainda informa que, depois que o Caramelo estiver recuperado, a ideia é realizar uma campanha para que ele seja adotado.

A professora ainda menciona que o intuito é trabalhar com os alunos, a partir desse projeto, sobre as doenças que acometem os animais e distribuir para as famílias dos estudantes carteirinhas que constam as vacinas que precisam ser aplicadas e outras informações.

Fonte:


Nota do Olhar Animal: Parabéns à escola e à professora. Tomara que o projeto leve as crianças a questionar inclusive o nome da município que, salvo alguma origem que não seja a do literal abate de porcos na localidade (e que não encontramos em uma breve pesquisa), enaltece a morte de animais e contraria princípios de respeito e compaixão para os quais se pretende educar.

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