“Eu amo ver um galo brigando com outro”, diz vereador de Bayeux, PB

“Eu amo ver um galo brigando com outro”, diz vereador de Bayeux, PB
Operação da polícia fechou rinhas de galo em Bayeux no mês passado (Foto: Divulgação)

A Câmara de Vereadores de Bayeux, cidade da Região Metropolitana de João Pessoa, tem se notabilizado pelas polêmicas. Depois da vereadora Luciene de Fofinho (PSB) ganhar fama nacional ao apresentar voto de aplauso para um grupo de WhatsApp, a coisa agora é mais grave.

Da tribuna da Casa, em pelo menos duas oportunidades neste ano, o vereador Adriano Martins (PMDB) defendeu a legalização das rinhas de galo. O parlamentar, no entanto, deixa claro: é a favor da briga, mas só de galos, não de seres humanos. Gosta de ver esporas, não troca de socos entre dois homens até que um deles caia. Confira no vídeo abaixo.

Os pronunciamentos ocorreram em duas oportunidades. O primeiro no dia 7 de março e o segundo no dia 9 do mesmo mês. Em conversa com o blog, nesta terça-feira (25), o vereador voltou a defender “as lutas das aves de combate”, como ele prefere chamar. “Eu sou a favor da liberação dos galos de briga, de aves de combate. Eu sou a favor, eu sou um admirador. Eu amo ver um galo brigando com outro, assim, espora… eu gosto, eu acho bonito, como eu acho feio dois seres humanos brigando MMA e UFC. Me desculpem aqui os vereadores que praticam os esportes, mas eu não acho bonito dois homens se esmurrando até um tombar. Eu não acho bonito, mas eu respeito”, disse o parlamentar.

No início do mês passado, no dia 5, a polícia ambiental fechou uma rinha de galo na cidade. Ao todo, 32 aves foram apreendidas e oito pessoas detidas e encaminhadas para a delegacia de Santa Rita. Foram encontrados no local também vários materiais usados na preparação dos galos para as rinhas. Entre os objetos estavam esporas, biqueiras, tesouras e anabolizantes, usados para potencializar os golpes dos animais que em muitos casos lutam até a morte.

Sem criação

Apesar da defesa apaixonada, Adriano Martins garante que não cria “aves de combate” e nem frequenta rinhas de galo. “Eu sei que elas são proibidas. Por isso não vou”, diz. Sobre os galos, é taxativo: “É um animal que já é do seu instinto. O galo de raça, o frango de raça, ele briga por natureza. Quem, começou com as brigas foram os romanos. É um esporte milenar”, assegura o peemedebista. Ele garante que, a partir do momento que a rinha voltar a ser liberada, ele vai comprar um galo e vai “para a briga”. “Se fosse um deputado federal iria, sim, lutar pela legalização dos galos de combate”, assegura o parlamentar da cidade francesa.

Fonte: Jornal da Paraíba 


Nota do Olhar Animal: Vergonhoso que um vereador vá à tribuna fazer apologia de um crime previsto em lei, de uma atividade em que os maus-tratos aos animais são a essência do “espetáculo”. Ridícula a tentativa de validar moralmente sua atitude abjeta afirmando que, no caso de humanos, é contra o embate. Escancara ainda mais sua moral rasa, seu especismo, sua ignorância sobre a similaridade entre o sofrimento humano e o de animais não humanos. Nossos pêsames à população de Bayeux pelo representante funesto na Câmara Municipal. Que vigiem de perto suas ações e investiguem de quem são os interesses econômicos que o vereador está defendendo, lembrando que rinha de galos é proibida por lei federal.

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