Harvard enfrenta denúncia ética em âmbito federal por decapitar ratos

Harvard enfrenta denúncia ética em âmbito federal por decapitar ratos

Várias denúncias foram apresentadas contra o Dana-Farber Cancer Institute, da Universidade de Harvard, por supostamente violar a lei federal de bem-estar dos animais e por publicar artigo falsificado.

As denúncias foram apresentadas pela Stop Animal Exploitation Now, um grupo fiscalizador de abuso de animais.

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos não disse ao The College Fix se as investigações já estavam em andamento.

“O Escritório de Integridade de Pesquisa (The Office of Research Integrity) não está apto a confirmar ou negar a existência de quaisquer casos pendentes possíveis”, disse um porta-voz ao Fix, por e-mail. “Se for detectada má conduta, ela será inserida no caso da ORI na página de resumos”.

A ORI “respondeu apenas com um recebimento de leitura”, escreveu Michael Budkie, diretor executivo da SAEN, ao The Fix, por e-mail, no dia 5 de março.

As denúncias alegam que o centro de pesquisa de câncer de Harvard está decapitando ratos e violando os regulamentos federais de cuidados com animais. “O instituto sabe disso desde que recebeu um relatório de denunciantes, em outubro de 2023, a primeira denúncia apresentada no final de janeiro”, afirmou.

Os pesquisadores interromperam o estudo devido às mortes inesperadas de animais, porque um frasco não estava “preparado adequadamente”, de acordo com a denúncia, que citou outro relatório.

A segunda denúncia se trata de um artigo retraído. “Não só esse projeto foi um desastre, visto o resultado de retração, como os ratos sofreram com tumores cancerígenos induzidos artificialmente”, escreveu SAEN, em sua segunda denúncia. “A validade deste estudo é altamente questionável, porque pesquisar câncer em camundongos simplesmente não funciona.”

“Os editores retraíram esse artigo por causa de preocupações com uma série de números apresentados neste trabalho”, afirmou uma nota. “Essas preocupações questionam a integridade dos dados e a solidez científica geral do artigo.”

O segundo artigo recebeu cerca de $2,7 milhões de dólares em financiamento federal.

O instituto atualmente enfrenta inúmeras alegações de má conduta de pesquisa. O centro de câncer “solicitará que os periódicos médicos retraiam seis papéis e corrijam 31 outros”, conforme o The Fix reportou previamente.

O instituto Dana-Farber não respondeu a uma solicitação para comentar enviada na manhã de quarta-feira dia 13 de março sobre as alegações.

Budkie, com SAEN, disse que há algumas medidas que Harvard pode tomar para evitar esses problemas no futuro.

“Os experimentos com animais precisam ser substituídos por mais tecnologia de ponta, como tecnologia de órgão em chip, Bioprinting 3D, etc.”, disse Budkie ao The Fix.

“Os laboratórios devem ter uma política de não tolerância para violações de infrações federais. Em outras palavras, violações graves de protocolos, suspensões de protocolos etc., devem resultar em proibição permanente do uso de animais”, disse Budkie.

Uma terceira denúncia alega má conduta por outro centro de pesquisa de Harvard.

SAEN apresentou uma quarta queixa interna no escritório de ética em pesquisa de Harvard.

Alega que um estudo de Harvard “arrancou” os olhos de ratos e “cortou” seus nervos.

Kristin Bittinger, reitor da escola de medicina de Harvard para pesquisa e integridade do corpo docente, não respondeu a um pedido para comentar sobre essas duas alegações na manhã de quarta-feira dia 13 de março.

Budkie chamou a mutilação dos ratos de “simplesmente bárbara” e “desumana”.

Por Rachel Lalgie / Tradução de Alan Dalles

Fonte: The College Fix

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