Madrid faz manifestação pelos direitos dos animais aquáticos
Numa ação inédita na Puerta del Sol de Madrid [Espanha], o coletivo Madrid Animal Save realizou no domingo dia 31 de março uma atuação que não deixou ninguém indiferente. A iniciativa tinha um objetivo claro: dar visibilidade à situação dos animais aquáticos e questionar as práticas de pesca e aquicultura.
Os ativistas, munidos de máscaras que imitavam peixes e envoltos em redes, foram posicionados estrategicamente num dos centros nervosos da cidade. Segurando cartazes com frases marcantes como “Barcos de pesca: matadouros flutuantes” e “Sofro muito nas redes de pesca”, buscavam provocar a reflexão nos transeuntes sobre o sofrimento desses seres vivos e as consequências de determinadas práticas de pesca.
Esta atuação fez parte das ações globais comemorativas do Dia Mundial pelo Fim da Pesca. Antonio García Edwards, um dos organizadores, partilhou dados alarmantes sobre a indústria, observando que mais de três bilhões de animais aquáticos são mortos anualmente, muitos dos quais agonizam durante horas em barcos antes de morrerem ou serem eviscerados vivos.
David Leau Chong, biólogo e ativista, aprofundou-se no tema, explicando o grave sofrimento que esses animais enfrentam, seja por sangramento e estripação consciente ou morte por descompressão ao serem extraídos de águas profundas. Além disso, destacou as condições deploráveis em que vivem os animais em muitas explorações aquícolas, rodeados de parasitas e doenças.
Juanje Sanz, também organizador, enfatizou a capacidade de sofrimento e consciência dos animais aquáticos. “Dado que estão conscientes do que lhes está acontecendo, devemos considerar o seu interesse em não sofrer”, disse ele. Ele destacou o consenso científico sobre a necessidade de consumir esses animais e, portanto, de criá-los ou matá-los.
Desde 2017, organizações de defesa dos direitos dos animais em todo o mundo têm aumentado os seus esforços para exigir o fim das explorações aquícolas e da pesca, denunciando estas práticas como cruéis e desnecessárias. Este ano, mais de 160 organizações apoiaram o Dia Mundial pelo Fim da Pesca, organizando ações nas ruas e online para sensibilizar o público sobre o sofrimento infligido aos animais aquáticos.
Este evento em Madrid é um exemplo claro de como o ativismo pode desempenhar um papel crucial na educação e sensibilização do público em geral, convidando a sociedade a refletir sobre as suas escolhas diárias e o impacto que têm no mundo vivo que nos rodeia.
Por Xan Pereira / Tradução de Alice Wehrle Gomide
Fonte: Spanish Revolution