Ministério Público arquiva inquérito sobre lei que proíbe alimentar animais de rua em Campo Grande, MS

Ministério Público arquiva inquérito sobre lei que proíbe alimentar animais de rua em Campo Grande, MS
Foto: Marcos Ermínio

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) arquivou um inquérito civil que investigava o município de Campo Grande por impedir a população de alimentar animais de rua. O assunto foi motivo de polêmica no ano passado, quando uma dona de casa foi notificada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) por alimentar e construir um abrigo para animais de rua na frente de casa.

A decisão foi publicada no Diário Oficial do MPMS nesta sexta-feira (3), que apontou inexistência de irregularidades. Segundo o Ministério Público, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) informou que não proíbe a alimentação de animais em situação de abandono, apenas dá orientações quando recebe reclamações dos vizinhos sobre este hábito dos protetores de animais.

O inquérito apurava se o município estaria usando a lei complementar 79/05, sancionada pelo ex-prefeito Nelson Trad Filho, para proibir alimentação dos animais abandonados. De acordo com o artigo 7° da lei, os proprietários de cães e gatos são responsáveis pelos danos causados em vias públicas pelos animais, ficando sujeitos às sanções em caso de algum incidente.

Relembre a polêmica

Na reportagem de janeiro de 2018, uma dona de casa foi notificada por alimentar e construir um abrigo para animais de rua em frente a sua residência. Mesmo constatando que os cães, tanto os de propriedade da moradora quanto os animais que estavam em frente à sua casa, estavam aparentemente saudáveis e bem cuidados, a moradora foi notificada a retirar as vasilhas com alimento e água.

Na época, a Sesau afirmou que notificações desse tipo têm caráter pedagógico e, mesmo que possível, apenas em último caso pode gerar multa. O intuito da lei e, consequentemente, da fiscalização, é evitar qualquer tipo de acidentes que possam ser causados por esses animais, uma vez que, segundo a Sesau, não é possível saber se esses bichos trazem consigo algum tipo de doença ou comportamento que coloque em risco a vida das pessoas, principalmente a de crianças.

Por Mylena Rocha

Fonte: Midiamax

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