ONG alerta para animais abandonados em casas de bairros atingidos pela cheia do rio em Rio Branco, AC

ONG alerta para animais abandonados em casas de bairros atingidos pela cheia do rio em Rio Branco, AC
Cachorro foi deixado amarrado do lado de fora de uma casa, bairro da Paz — Foto: Maria da Graça/arquivo pessoal

Com as fortes chuvas que têm alagado alguns bairros na capital acreana, Rio Branco, nos últimos dias, são vários os transtornos registrados pelos moradores, mas, os animais também sofrem os efeitos dos transbordamentos. É que muitas vezes, as famílias saem das casas e os animais de estimação são deixados para trás.

A denúncia foi feita pela presidente da Associação Patinha Carente, Vanessa Facundes, que atua no resgate e amparo aos animais abandonados nas ruas e precisam de cuidados. Em uma rede social, ela postou sobre o abandono e disse que Organizações não Governamentais (ONGs) que fazem esse trabalho em Rio Branco estão lotadas.

Além disso, ele ressaltou um série de questões referentes ao Departamento Controle de Zoonoses da capital, que não estaria dando o suporte necessário nesse resgate dos animais. Só em janeiro a ONG fez pelo menos 25 resgates de animais e afirma que estão lotados.

A assessoria de comunicação da prefeitura informou que o departamento cumpre uma legislação sanitária e em caso de alagação é demandado pela Defesa Civil, que ao remover famílias em condições de risco, avalia a situação e em caso de necessidade aciona a zoonoses. e que está em alerta desde segunda feira, dia 25 de janeiro, quando o Rio Acre ultrapassou a cota de 12m.

E mesmo com a remoção de algumas famílias por conta de desmoronamento, mas, que ainda não houve necessidade de remoção de animais para o departamento de zoonoses.

A prefeitura informou ainda que nesta semana deve ser dada posse ao novo gerente da zoonoses e vai ser feito um diagnóstico daquele setor, para em seguida fazer um planejamento estratégico e a retomada das atividades do centro, inclusive com vacinação e castração. A intenção é retomar as atividades o quanto antes, informou.

“Os animais também sofrem e o Departamento de Zoonoses é quem faz o acolhimento desses animais. Eles têm que fazer um plano de contingência para receber estes animais, só que no momento, desde o início do mês, após a nova gestão, o departamento está sem diretoria, só tem os agentes trabalhando lá. Os agentes não podem adquirir material para construir onde os animais vão ficar, os mantimentos para eles se alimentarem. Recolheram os carros, não tem mais carrocinha e eles não estão podendo fazer o recolhimento em situações de risco”, afirma.

A denúncia surgiu após um cachorro ser deixado amarrado do lado de fora de uma casa, bairro da Paz, na manhã de domingo (31).

“Inclusive, o caso desse cachorro não tem nem como denunciar. A gente fica impossibilitado de denunciar tanto para a Polícia Ambiental, quanto para a Semeia (Secretaria de Meio Ambiente) e até pro próprio zoonoses. Porque vai recolher o cachorro, ele vai pro zoonoses e lá está sem gerência, como vai dar andamento para as coisas? Está uma situação lamentável”, acrescenta.

Vanessa diz ainda que tem uma lei municipal de posse e guarda que prevê que o departamento tem que realizar a castração, e identificar animais comunitários. “E não tem sido feito nada disso e nessa gestão não foi feito nenhum pronunciamento do que vai ser feito em relação a causa animal”, conclui.

Por Alcinete Gadelha

Fonte: G1

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