Papagaio não é “pet”, é animal silvestre: Ter a ave em cativeiro é crime ambiental e rende punição

Papagaio não é “pet”, é animal silvestre: Ter a ave em cativeiro é crime ambiental e rende punição

Sim, é preciso que, vez por outra, sejam realizadas operações para fiscalizar o comércio de animais silvestres. Infelizmente, a captura e o tráfico destes bichos ainda movimenta, e muito, a “economia” clandestina e ilegal no Brasil e no mundo. Em Pernambuco, a Caatinga não é exceção. E entre os alvos principais estão os papagaios, que são as aves mais visadas naquela região, pois – ainda hoje – há quem viva postando fotografias nas redes sociais com seus “lourinhos” de estimação, como se ter esse tipo de animal em casa não fosse um crime. E haja exibicionismo e falta de consciência ambiental!

O papagaio da caatinga é uma espécie ameaçada de extinção. E a pena para quem pratica a caça, a guarda em cativeiro e a captura de filhotes para comercialização pode ser de até um ano de detenção. Já a multa para quem comercializa papagaios retirados em Estação Ecológica, pode ser de até R$ 20 mil reais por cada animal apreendido, uma vez que as infrações ambientais cometidas em unidades de conservação têm o valor aplicado em dobro. Nesta semana, agentes da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) Ninho Seguro, na Estação Ecológica Serra da Canoa, no município de Floresta, a 439 quilômetros do Recife (Sertão de Itaparica).

Operação investiga tráfico de aves silvestres, principalmente de papagaios, na Serra da Canoa, Pernambuco
Operação investiga tráfico de aves silvestres, principalmente de papagaios, na Serra da Canoa, Pernambuco

Caso a pessoa não seja flagrada com animais silvestres, mas se estiver de posse de algum instrumento utilizado para a caça ou aprisionamento desses animais, também estará incorrendo em crime ambiental. E será passível de penalização que pode ser de seis meses a um ano de prisão, além de multa de até R$ 10 mil reais. Na atividade, os profissionais realizaram rondas na mata, ação desenvolvida na madrugada. Também fizeram patrulhamento no interior e entorno da unidade de conservação, fazendo abordagens educativas e vistoriando as pessoas que trafegavam nas estradas vicinais. A Operação Ninho Seguro tem o objetivo de coibir a caça de animais silvestres e o tráfico de papagaios da caatinga, que utilizam a Estação Ecológica Serra da Canoa como área de reprodução. De acordo com o coordenador da Operação, Cosme de Castro, foram identificadas e vistoriadas algumas propriedades de pessoas suspeitas de praticar a caça e a captura ilegal de filhotes de papagaio e, na madrugada, efetuadas rondas pela mata.

“As pessoas que trafegaram pelo local foram abordadas e vistoriadas. Nenhuma delas estava de posse de animais silvestres nem qualquer instrumento de caça, o que configuraria crime ambiental. Elas também colaboraram com a fiscalização e informaram que, no passado, tinham o hábito de caçar e de apanhar filhotes de papagaio, mas que já não praticam mais”, revelou ele. Porém ele adverte que pelo trabalho realizado nesse final de semana não é possível concluir que a caça e o tráfico de papagaios tenham encerrado na Estação Ecológica Serra da Canoa. O resultado aponta que a presença ostensiva, mantida pela CPRH, tem contribuído para a diminuição de crimes ambientais na unidade de conservação. “Na segunda quinzena de fevereiro, estivemos nesse mesmo local onde, além das atividades de combate à caça, também realizamos o embargo de quatro áreas onde se faziam a extração mineral sem autorização”, apontou. A operação Ninho foi desenvolvida com apoio de policiais militares da Companhia de Polícia Militar de Belém do São Francisco.

Por Letícia Lins

Fonte: Oxe Recife

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