Testes com animais em laboratórios de Dublin podem em breve ser coisa do passado, após votação histórica da União Europeia
Testes em animais e experimentos “desatualizados” podem em breve ser uma coisa do passado nos laboratórios de Dublin, na Irlanda, após uma votação na União Europeia.
Só em 2019, 139.343 experimentos susceptíveis de causar dor e sofrimento aos animais foram realizados em todo o país.
Os animais usados incluíram cavalos, coelhos, porquinhos-da-índia, furões, esquilos-da-Mongólia, ovelhas, porcos, bovinos, peixes, pássaros e milhares de ratos e camundongos.
Mas os eurodeputados votaram quase unanimemente no último dia 15 para apelar à Comissão Europeia que trabalhem com cientistas para criar um plano de ação para acabar com a vivissecção.
O porta-voz da Sociedade Irlandesa Antivivissecção, Jenn Scannell, disse: “O IAVS está muito satisfeito com os resultados da votação do Parlamento Europeu [no dia 15] à noite.
“Com quase 10 milhões de animais usados em experimentos invasivos em laboratórios da UE todos os anos, o objetivo de promover ativamente a eliminação de animais usados para todos os fins científicos é muito bem-vindo.”
“Parabéns a todos os eurodeputados irlandeses que votaram com a esmagadora maioria, este é realmente um momento histórico”.
O ativista contra a crueldade com os animais, Richie Duprey, disse: “Nós damos boas vindas a este grande passo em frente”.
“Os animais testados aqui na Irlanda são geralmente ratos, camundongos, coelhos, gatos e cães, mas também ovelhas, vacas, porcos e peixes. Normalmente, são realizados por universidades, como o Trinity College”.
“Na maioria dos casos, esses experimentos deixam os animais com graves consequências, muitos são eutanasiados e descartados. Toda a prática de testes em animais está desatualizada”, acrescentou o representante da NISNTAC.
“Na maioria das vezes, os testes em animais não se traduzem em testes clínicos em humanos. A FDA sugere que cerca de 96% dos ensaios que se mostram seguros e eficazes nos testes em animais falham nos testes em humanos porque não funcionam ou são perigosos”.
“Acabamos com a criação de peles na ilha da Irlanda, agora é hora de fazer o mesmo com os testes em animais”.
A votação histórica do Parlamento Europeu no dia 15 foi vencida com 667 a favor da resolução e apenas quatro contra.
A eurodeputada Jytte Guteland afirmou: “Está agora nas mãos da Comissão Europeia estabelecer este plano de ação em toda a UE, e esperamos que a Comissão faça disso uma prioridade de alto nível”.
“Porque, se a Comissão leva a sério seus compromissos para com os cidadãos da UE, ela precisa iniciar agora o diálogo com todas as partes para coordenar efetivamente o financiamento, a educação e os marcos para acelerar a transição para a ciência não animal”.
A organização sem fins lucrativos de direitos dos animais PETA deu as boas-vindas ao movimento monumental para os animais em todos os laboratórios da União Europeia e para a ciência em todo o mundo.
Sua fundadora, Ingrid Newkirk, disse: “O Parlamento Europeu revisou nossas evidências e tomou medidas para fazer avançar a ciência e poupar os animais”.
“O governo do Reino Unido deve agora seguir o exemplo e exigir a implementação do Acordo de Modernização de Pesquisa da PETA, ou corre o risco de ficar para trás cientificamente”.
Especificamente, a moção pede a aceleração da transição para a inovação científica sem o uso de animais em pesquisa, testes regulatórios e educação, a começar com o fim do uso de animais em áreas de pesquisa onde sabe-se que falham.
Os eurodeputados orientaram a Comissão Europeia a trabalhar com a PETA e outros cientistas em várias disciplinas para garantir um futuro sem testes em animais.
As entidades PETA agora apelam à Comissão Europeia para agir urgentemente de acordo com a vontade do Parlamento e para usar o nosso Acordo de Modernização da Investigação para proporcionar uma Europa em que nenhum animal seja utilizado em experiências.
Por Shauna Corr / Tradução de Alice Wehrle Gomide
Fonte: Dublin Live