Voluntários são impedidos de ajudar cães e gatos no Centro de Zoonoses do Distrito Federal

Voluntários são impedidos de ajudar cães e gatos no Centro de Zoonoses do Distrito Federal
Material cedido ao Metrópoles

Voluntárias que ajudam na recuperação de animais abandonados não têm mais acesso ao Centro de Zoonoses do Distrito Federal. A direção da unidade decidiu limitar a entrada dos membros do grupo Projeto Amigos da Zoonoses. Segundo defensores da causa animal, a restrição está colocando em risco a saúde e o bem-estar de cães e gatos.

Antes da proibição, além de ajudar nos cuidados diários, voluntárias levavam rapidamente os animais em estado grave para atendimento em clínicas veterinárias. O serviço foi interrompido. Segundo o grupo, os bichos sofrem à espera no atendimento, a exemplo de um cachorro atropelado e um gato vítima de convulsões.

De acordo com o grupo de voluntários, a Zoonoses só permite a retirada de animais em caso de adoção, dificultando a celeridade no atendimento. Por exemplo, na semana passada, o cão Tigre estava urinando sangue. Apenas após os trâmites adotivos que foi socorrido. O cachorro sofria de grave anemia.

Veja fotos do Tigre:

Segundo os defensores de animais, a gerência proibiu doações, inclusive de alimentos. As voluntárias não podem mais fazer passeios e atividades para a socialização de cães e gatos. Ou seja, os animais não têm banho de sol. Além disso, também, colocavam colchões em noites mais frias.

Aproximadamente 18 voluntárias prestavam cuidados aos animais. O trabalho do grupo começou em 2019, para dar oportunidade para que os animais tenham uma vida com dignidade enquanto esperam uma adoção. foram realizados diversos eventos de adoção e de julho de 2019 ate julho de 2020 foram computados mais de 600 adoções.

Atualmente, a Zoonoses conta com apenas uma voluntária autorizada a entrar por dia na Zoonoses, com tempo limitado a duas horas. O acesso aos fins de semana também não é mais permitido. Para os defensores dos animais, o período não é suficiente para garantir qualidade de vida para cães e gatos.

Os voluntários publicaram um desabafo nas redes sociais. Leia:

 

 
 
 
 
 
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Mudança de direção

Segundo os voluntários, as restrições começaram em agosto, quando o servidor Lauricio Monteiro Cruz assumiu o cargo de gerente da Zoonozes. Anteriormente, ele ocupou o cargo de diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, mas acabou exonerado da pasta por suposto envolvimento na compra superfaturada de vacinas.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde, abrindo espaço para a direção da Zoonoses. Por nota, a pasta descartou qualquer irregularidade e negou o eventual sofrimento de animais.

Leia a nota completa:

“O Serviço de Voluntariado é uma política da Secretaria de Saúde de Estado de Saúde. O processo de voluntariado no âmbito das ações da Gerência de Zoonoses precisa se adequar às normativas do fluxo correto que trata sobre o assunto. Por isso está passando pelas devidas adequações para que seja retomado tão logo possível dentro do que preconiza as portarias do voluntariado. Não procede a informação de que há animal em estado grave sem cuidados no canil. Compete à Gerência de Controle de Zoonoses o recolhimento de animais domésticos (cães e gatos) que possam oferecer risco à saúde da população, como disseminação de doenças. Não compete o recolhimento de animais em situação de rua sem vínculos zoonóticos. A Gerência de Zoonoses atua também em medidas preventivas e profiláticas, situações de vínculo epidemiológico e risco da Saúde Pública, tais como vacinação contra a raiva em cães e gatos, diagnósticos laboratorial de leishmaniose visceral ou raiva, além da identificação de espécies de importância em Saúde Pública”.

Por Francisco Dutra

Fonte: Metrópoles

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