Ameaças Houthi redirecionam navio que transporta milhares de animais, gerando polêmica
A viagem, que foi alvo de protestos públicos tanto na Austrália quanto em Israel, gerou petições e contestações legais contra o Ministério da Agricultura de Israel.
O MV Bahijah, um navio que transportava aproximadamente 14.000 cordeiros e bezerros do exportador Bassem Dabbah, finalmente atracou em Israel na semana passada, após uma viagem exaustiva de 74 dias que passou por uma extensa mudança de rota devido às ameaças do grupo Houthi.
A viagem, inicialmente da Austrália, sofreu um desvio devido às ameaças dos Houthis, o que prolongou o tempo dos animais no mar. O navio foi redirecionado ao redor da África e, ao chegar ao porto de Haifa, os esforços para documentar o processo de descarregamento foram obstruídos, o que gerou preocupações entre as organizações de direitos dos animais.
Eles acusaram o setor de transporte de animais vivos de crueldade, citando incidentes anteriores de maus-tratos durante os procedimentos de descarregamento, dizendo que “o setor de transporte de rebanhos bateu outro recorde de crueldade – sob o olhar atento do Ministério da Agricultura, que supostamente é responsável pela proteção dos animais”.
A viagem, que foi alvo de protestos públicos tanto na Austrália quanto em Israel, gerou petições e contestações legais contra o Ministério da Agricultura.
O incidente levanta preocupações sobre o abuso de animais
Apesar das preocupações com o bem-estar dos animais e com as condições desafiadoras da viagem, incluindo uma mudança de rota ao redor da África, o ministério permitiu que o transporte prosseguisse.
Os críticos argumentam que essas viagens, marcadas por mortes e estresse entre os animais, destacam a necessidade de regulamentações mais rígidas ou até mesmo de uma proibição do transporte de rebanhos.
Tradução de Ana Carolina Figueiredo
Fonte: The Jerusalem Post
Nota do Olhar Animal: O transporte é uma das situações no sistema de produção de carne e de outros produtos de origem animal em que os animais são submetidos a intensos maus-tratos. Trata-se de um agravante em relação ao dano maior, que é o abate, que viola o interesse mais básico destes seres, que é o interesse em viver. Só há uma forma definitiva de poupar os animais de todo esse sofrimento, só há uma maneira de não ser cúmplice da crueldade e da injustiça cometida contra eles: é não consumindo estes “produtos” e, assim, deixando de financiar as atrocidades cometidas contra estes animais.
Se a morte dos animais é o principal problema, há também outras questões bem graves vinculadas à exportação de animais vivos, como o trabalho escravo e o desmatamento, indicados em uma matéria do UOL que pode ser acessada aqui.