Após cadela morrer eletrocutada, políticos e entidades lutam contra fabricação de fogos barulhentos em MT

Após cadela morrer eletrocutada, políticos e entidades lutam contra fabricação de fogos barulhentos em MT
Zoe morreu após morde um fio elétrico – Foto: reprodução

A soltura dos fogos de artifícios sonoros já é um assunto antigo e que vem sendo debatido há muito tempo. Inclusive a proibição dos fogos ‘barulhentos’ já virou lei em muitos municípios do Brasil e em Rondonópolis a multa é de R$ 2 mil para quem desobedecer a lei. Mas mesmo diante da normativa, das informações, dos apelos, o desrespeito e impunidade continua não só com os pets, mas com idosos, crianças especiais, acamados e todos aqueles que se sentem prejudicados de alguma forma.

Durante o fim de semana um caso registrado em Rondonópolis chamou a atenção. Fotos e publicações nas redes sociais de uma cadela da raça pit bull que se chamava ‘Zoe’ ganhou grande repercussão. Conforme informações, fazia pouco tempo que a cadela havia parido e ainda estava amamentando. O animal se assustou com os barulhos dos fogos, e no momento em que cavava um buraco na tentativa de se proteger e se esconder, acabou se deparando com um fio elétrico. A cadela mordeu o fio e morreu eletrocutada.

Após mais esse episódio entidades de proteção ao animal uniram forças com o poder político em busca de uma solução.

A presidente da ONG Cantinho de Proteção Animal, Mirna Mendonça, se reuniu com um veterinário Érico Xaolin, Senador Wellington Fagundes e com o apoio da Deputada Estadual Janaina Riva buscam uma normativa para a proibição da fabricação de fogos com efeitos sonoros.

Mirna de Castro Mendonça – Foto: Varlei Cordova/ AGORA MT
Mirna de Castro Mendonça – Foto: Varlei Cordova/ AGORA MT

“Não estamos contra o comércio, tem fogos de visualização, mas que seja proibido de vez os fogos com barulhos. Porque assusta muito os cachorros, tivemos os episódios tristes na cidade, só por causa da felicidade passageira de pessoas que soltam fogos de barulho. Parece que fizeram de propósito, porque surgiu a lei, mas a gente vai até as últimas instâncias. Se a pessoas que gosta, que ama soltar fogos se sentir incomodado que entre na justiça, eles fazem a parte deles e nós vamos fazer a nossa. Nós não somos egoístas, não pensamos só em nós e nos animais, nós pensamos nos idosos que têm medo, nós pensamos nos altistas, nos bebês, se você procurar vai fazer fila de pessoas idosas que têm medo, filas de mães de bebês que assustam, que choram. Existe o visualizador que é muito bonito, mil vezes mais bonito do que o estrondo horroroso” desabafa Mirna.

Reunião na casa do Veterinário – Foto: arquivo pessoal
Reunião na casa do Veterinário – Foto: arquivo pessoal

Ainda conforme a representante da ONG, o senador se uniu com a deputada Janaina Riva que busca também um aditivo para Mato Grosso, analisando a possibilidade de um projeto de lei estadual.

“O mundo não envolve só a gente, do lado da gente tem muitas pessoas, muitas pessoas que têm medo, então vamos olhar o lado das outras, e vamos amar mais, essa pandemia Deus permitiu para que a gente amasse uns aos outros e aprendesse. Então vamos respeitar. Diga não aos fogos de barulho!!” finaliza Mirna.

MAIS CASOS

Outro caso registrado em Rondonópolis foi de um cachorro que morreu após se debater com medo dos barulhos dos fogos.

A situação foi registrada em uma residência no bairro Jardim Atlântico.

Animal morre após se debater – Foto: reprodução
Animal morre após se debater – Foto: reprodução

ENTENDA

Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), os cães têm a capacidade auditiva maior que a dos humanos e, para eles, barulhos acima de 60 decibéis, que equivale a uma conversa em tom alto, podem causar estresse físico e psicológico.

O ouvido canino é capaz de perceber uma frequência maior de sons, se comparado a humanos, e podem detectar sons quatro vezes mais distantes. Por esse motivo, a queima de fogos com barulho, em comemorações como o réveillon, torna-se um momento de desespero para os animais, silvestres e domésticos.

Por Andréia Oliveira

Fonte: Agora MT

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