Aposentada denuncia morte de gatos por envenenamento na Cidade Universitária, Maceió, AL
Uma moradora do Loteamento Parque das Árvores, no bairro Cidade Universitária, em Maceió, denunciou à Polícia Civil a morte de três gatos por envenenamento, depois que eles comeram carne e salsicha deixadas em pratos no telhado de um vizinho. Ela gravou um vídeo que mostra os animais passando mal antes de morrer.
Vídeo: Tutora de gatos gravou bichanos agonizando após se alimentar de prato deixado no telhado.
“Ele colocou no telhado dele dois pratos, um com carne e o outro com salsicha, um distante do outro. Achei um dos nossos gatos comendo, chamei ele, ofereci ração, que é o que ele come na minha casa, já que não sabíamos a reação do veneno. No mesmo momento que vi os pratos no telhado, indaguei meu vizinho. Ele retirou os pratos com a comida envenenada e ironicamente disse que não colocou exclusivamente para os meus gatinhos, sabendo que a casa que tinha gatos era a minha”, afirmou ao G1 a aposentada Verônica Mendonça, de 56 anos.
O caso aconteceu na última sexta-feira (24). A causa da morte por envenenamento foi confirmada por uma veterinária amiga da família. Segundo Verônica, os três gatos apresentaram os mesmos sintomas, entre eles vômito, diarreia e pupila dilatada. “Eles não se aguentavam em pé, espumaram até se baterem no chão, e em poucos minutos vieram a óbito”.
Os gatos se chamavam Simba, Gruu e Chapava, em referência a personagens de filmes e desenhos animados. Os nomes foram escolhidos pelo neto de Verônica, que é autista e se apegou aos bichanos. A aposentada diz que todos os animais que tem em casa foram adotados e resgatados da rua para que saíssem do sofrimento.
“Meu neto acabou presenciando ontem a cena deles e teve febre. Eu sofro de depressão e tive que segurar eles nos braços mortos, chorei muito. São animais dóceis que nunca fizeram mal a ninguém, que nós já tiramos das ruas pois sofriam e, infelizmente, morreram dessa forma. As pessoas ainda fazem esse tipo de coisa mesmo sabendo que é crime, isso torna mais revoltante”, lamentou.
De acordo com Verônica, um Boletim de Ocorrência on-line foi registrado pelo seu filho na Delegacia Interativa da Polícia Civil, e está em processo de análise.
O caso deve ser investigado pelo 25° Distrito Policial Da Capital, localizado no bairro do Fernão Velho, que apura crimes contra animais.
A presidente da Comissão do Bem-estar Animal da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB-AL), Rosana Jambo, explicou que os casos de envenenamento podem ser notificados tanto à polícia quanto ao Ministério Público. Quando um caso de maus-tratos é confirmado, o agressor é encaminhado à delegacia, onde é lavrado o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). O processo é levado ao juizado criminal, e a pena prevista é de 3 meses a 1 ano de detenção e multa.
“Ainda é uma pena muito branda, mas não temos como aplicá-la sem saber qual a pessoa responsável. Nós orientamos que o proprietário preste queixa à polícia, pois casos de envenenamento necessitam de apuração policial. O culpado pode responder por crime de maus-tratos e saúde pública, já que ele coloca em perigo os animais e até mesmo uma criança que possa ter contato com o veneno.”
A presidente da Comissão aconselha que os casos de maus-tratos também sejam informados à OAB, exclusivamente pelo WhatsApp (82) 99660-0303, com relato da ocorrência, provas como áudio, vídeo ou fotos e endereço completo com ponto de referência.
Fonte: G1