Corpo de cão morto pela Unidade de Zoonoses de Maceió é entregue a tutor dentro de saco de ração

Corpo de cão morto pela Unidade de Zoonoses de Maceió é entregue a tutor dentro de saco de ração
Ronaldo registrou em uma live a retirada do corpo de Apolo na UVZ, em Maceió — Foto: Reprodução/Instagram

Depois de encarar a notícia da morte do seu cachorro por eutanásia, o tutor de Apolo contou ao g1 o drama vivido nesta quarta-feira (22) para retirar o corpo do cão da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ), onde foi feito o procedimento. Mesmo com uma ordem judicial, ele diz que funcionários tentaram dificultar a liberação e que o corpo do animal foi entregue dentro de um saco de ração.

“Foi um pesadelo vivido. Nunca imaginei ver o meu filho em uma situação como aquela, entregue morto dentro de um saco de ração, em cima de um carrinho de mão”, disse Ronaldo Júnior.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Maceió, que responde pela UVZ, para pedir esclarecimento sobre o procedimento adotado na liberação do corpo do cachorro e aguarda resposta.

Ronaldo conta que a liminar ordenando a retirada do corpo saiu nesta quarta. Com ela em mãos, o estudante de veterinária achou que a liberação do corpo fosse acontecer sem problemas.

“Cheguei lá por volta das 13h, me avisaram logo que eu não poderia entrar. Expliquei que tinha uma ordem judicial, mas informaram que a direção precisava liberar a minha entrada. Tentaram dificultar de todo modo a minha entrada lá, acharam que eu ia desistir”, contou.

Ronaldo e Apolo antes do desaparecimento — Foto: Arquivo Pessoal
Ronaldo e Apolo antes do desaparecimento — Foto: Arquivo Pessoal

Apolo desapareceu na sexta-feira (17) após escapar pelo portão de casa quebrado e foi encontrado no mesmo dia por militares do Corpo de Bombeiros, que deram assistência ao animal e entraram em contato com a UVZ para fazer o recolhimento. Ronaldo só soube que Apolo tinha sido encontrado no sábado (18), quando o animal já tinha sido submetido a eutanásia.

De acordo com Ronaldo, apesar da idade, 13 anos, Apolo era um animal saudável e, portanto, não estava apto a ser submetido ao procedimento.

“Mataram ele, assassinaram o meu cachorro. Ele era um animal saudável, não tinha patologia, parasitose ou zoonoses. Hoje ele estava sangrando, mas tem foto no dia do resgate, ele com o corpo normal. Com certeza ele foi vítima de maus-tratos. Ele foi muito maltratado lá [na UVZ]”, disparou.

Em nota divulgada à imprensa no fim de semana, a UVZ informou que “o animal estava idoso, com sobrepeso, desidratado, olhos lesionados, sem estímulo visual e com lesões cutâneas, o que caracterizou o animal em situação de sofrimento e sem condições de tratamento”, o que indicaria a necessidade da eutanásia.

Segundo a OAB, mesmo com as indicações de eutanásia, a prática só poderia ter sido realizada três dias após a entrada do animal na UVZ e não em apenas 24 horas.

A Delegacia de Crimes Ambientais vai investigar o caso. A partir de quinta-feira (23), a delegada Jeovania Falcão deve colher depoimentos para dar prosseguimento ao inquérito.

Segundo tutor, Apolo era um animal saudável — Foto: Arquivo Pessoal
Segundo tutor, Apolo era um animal saudável — Foto: Arquivo Pessoal

Por Vivi Leão

Fonte: g1

Os comentários abaixo não expressam a opinião da ONG Olhar Animal e são de responsabilidade exclusiva dos respectivos autores.