Dezenas de raias e tubarões surgem de forma misteriosa no litoral de SP

Dezenas de raias e tubarões surgem de forma misteriosa no litoral de SP
Foram encontradas 55 raias e três filhotes de tubarão martelo - Foto: Eduardo Ribas

Dezenas de raias surgiram mortas, de forma misteriosa, em frente a uma aldeia indígena em Peruíbe, no litoral de São Paulo, na quinta-feira (23). Segundo apurado nesta sexta-feira (24), os animais foram encontrados por membros da Aldeia Tapirema, que contataram autoridades para removê-los do local.

O cacique da aldeia, Awa Tenondegua, disse em entrevista que os índios acordaram sentindo um “cheiro forte”. Ele explicou que é costume enviar um guerreiro para dar uma olhada na praia pela manhã. Assim, quando o membro da aldeia foi ao local, se deparou com as raias mortas. “Muito triste”, desabafa.

A Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura de Peruíbe foi contatada pelo cacique por volta das 11h30, e o secretário da pasta, Eduardo Ribas, foi averiguar a situação. Ele contou que mais de 50 raias e três filhotes de tubarão martelo estavam no local já mortos.

Ribas diz que ainda não se sabe o motivo de os animais terem surgido no local, mas acrescenta que é improvável que eles tenham encalhado naturalmente, pois é uma área de vegetação, e há certa distância até a orla. A Prefeitura de Peruíbe pontua que o Instituto Biopesca foi o responsável pelo resgate e averiguação do caso, e a Polícia Ambiental pela responsabilização de crimes ambientais.

Segundo o coordenador geral do Instituto Biopesca, Rodrigo Valle, os animais provavelmente foram capturados por redes de pesca de arrasto, que geralmente têm como alvo o camarão. O especialista diz que a prática é autorizada quando executada como técnica artesanal. No caso das raias, ele pontua que elas podem ser comercializadas e, por isso, o ferrão teria sido cortado.

Mais de 50 raias foram encontradas e levadas para análise
Mais de 50 raias foram encontradas e levadas para análise

Em nota, o instituto diz que a maior parte das raias é da espécie Rhinoptera bonasus, que é conhecida como raia ticonha, e algumas tiveram o seu ferrão cortado. O Biopesca ainda pontua que as marcas sugeriam que os cortes tenham sido feitos com algum tipo de lâmina.

Uma equipe recolheu as carcaças, que apresentavam marcas de interação com rede de pesca, e todas elas foram encaminhadas para análise. Um relatório técnico deve ser elaborado pela equipe de biólogos nos próximos dias.

Fonte: Meio Norte

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