Hospitais veterinários abandonam banco de sangue animal acusado pela PETA de uso de sangue de cães “doentes”
Duas grandes redes de hospital veterinário cortaram relações com um dos maiores fornecedores de sangue animal dos EUA – três meses depois de um relatório bombástico ter acusado uma instalação de retirar parte do seu fornecimento de sangue de gatos e cães “emaciados, doentes, feridos, idosos e/ou medicados”, The Post descobriu.
O Banco de Sangue dos Veterinários (TVBB) em Indiana enfrentou uma investigação de abuso animal depois de ser acusado de vender sangue contaminado após uma investigação secreta de sete meses realizada pela People for the Ethical Treatment for Animals (PETA), conforme reportado exclusivamente pelo The Post em janeiro.
Blue Pearl Pet Hospital e VCA Animal Hospitals – que possuem 1.100 instalações ao longo do país – abandonaram a TVBB no mês passado, disseram as empresas.
Em um pronunciamento feito em 27 de março, os hospitais disseram que eles usam “produtos de sangue que apresentem os melhores padrões médicos e éticos”, e que eles “podem confirmar que nós não estamos mais comprando produtos da TVBB”.
Os apoiadores de PETA protestaram do lado de fora das sedes de ambos os hospitais da rede – de propriedade de Mars Veterinary Health, uma subsidiária do conglomerado de doces Mars Inc. – exigindo que cortassem os laços com a TVBB, um porta-voz do grupo de direitos dos animais disse ao The Post.
The Post entrou em contato com Mars Veterinary Health para comentar.
O co-fundador e veterinário da TVBB Darren Bryant não respondeu ao pedido do The Post por comentário.
O trabalhador secreto da PETA infiltrou TVBB no ano passado e afirmou que o sangue de animais doentes era colhido a cada três semanas – mais frequentemente do que o padrão da indústria que é mensal ou a cada dois meses.
“Nosso investigador viu a equipe colher o sangue de animais que estavam doentes com câncer e outras infecções, muitas vezes, extraindo o sangue uma semana antes do animal morrer”, disse o Vice-Presidente de PETA Dan Paden ao The Post. “Estes eram animais comprometidos”.
PETA também divulgou fotos sombrias que mostravam cães sofrendo de ferimentos supostamente causados por brigas com companheiros de canil incompatíveis ou da exposição prolongada a “pisos duros e ralados que causavam feridas nos pés e pernas dos animais”.
As descobertas estimularam o Conselho de Saúde Animal de Indiana a visitar a TVBB.
A agência não encontrou quaisquer violações, mas recomendou a TVBB que melhore o ambiente dos animais, incluindo o fornecimento de almofadas em seus canis para aliviá-los das superfícies duras.
Uma investigação paralela foi conduzida pelo gabinete do Xerife local, que encaminhou a sua conclusão para o Gabinete do Promotor Público do Condado de Jackson.
O promotor está ainda investigando as alegações de PETA, disse um empregado ao The Post.
Bryant se recusou a comentar o vídeo de PETA ou a abordar diretamente se a instalação coleta sangue de animais doentes durante uma entrevista ao The Post em janeiro.
Ele reconheceu que os animais compartilham canis e podem se ferir durante brigas, mas que as feridas não eram “desassistidas”.
Bryant deu uma entrevista ao jornal local em fevereiro depois que The Post publicou sua primeira matéria.
“Nós agora temos piso de superfície sólida para cada canil, isso é algo que os cães não rasgam facilmente”, disse ele ao Tribune.
Ele também disse que sua equipe vem trocando algumas das clausuras que tinham áreas de ferrugem e que esse processo está cerca de 90% concluído.
A perda de parceiros de negócios pela TVBB ocorre logo após outro banco de sangue animal, Hemopet em Garden Grove, Califórnia, fechar suas portas depois de 33 anos, em 15 de março.
“O aumento significativo dos custos em todas as frentes têm criado um déficit mensalmente insustentável que pôde não ser suportado pela Hemopet, especialmente quando considerado seu status de instituição sem fins lucrativos”, disse a empresa em um comunicado no seu website.
A Hemopet se recusou a fazer qualquer comentário.
Por Lisa Fickenscher / Tradução de Fátima C. G. Maciel
Fonte: New York Post