Indignação com proposta de prisão de macacos para testes na Geórgia

21 de março de 2024

Um projeto para construir uma enorme prisão de macacos na Geórgia, EUA, onde macacos seriam criados para laboratórios de vivissecção, enfrenta uma oposição cada vez mais forte dos moradores locais.

Moradores locais de Bainbridge, Geórgia, estão expressando indignação com os planos de construir um enorme laboratório-criadouro de macaco em sua pequena cidade. Se construída, esta instalação se tornaria a maior prisão de macacos nos Estados Unidos da América, capaz de conter 30.000 primatas destinados à tortura em laboratórios. Macacos seriam transportados aos milhares para dentro e para fora dessa instalação e entre os Estados Unidos.

Um processo judicial para impedir o laboratório

Uma ação judicial, movida por moradores locais, alega que “apesar das considerações sobre a extensa segurança pública, ambiental e ética, bem como os significativos dólares de impostos prometidos em nome da Cidade e do Condado, a Prefeitura e a Secretaria de Desenvolvimento propositalmente ocultaram…” o projeto “… do público incluindo residentes localizados imediatamente ao lado do criadouro de primatas proposto…” O processo alega ainda que as autoridades locais realizaram uma reunião ilegal onde aprovaram um esquema de redução de impostos de 20 anos valendo mais de US$ 58 milhões para incentivar a construção dessa instalação. As autoridades locais não responderam aos pedidos de comentários sobre este processo.

Embora o enorme alvoroço público tenha forçado os políticos locais a recuarem sobre aspectos do acordo corporativo, a batalha não está acabada, pois a instalação ainda pode ser construída. A organização de direitos dos animais PETA se juntou aos moradores locais em campanha contra este projeto e está pedindo a seus apoiadores que ajudem, visitando sua página virtual dedicada e, através dela, escrevendo para funcionários da cidade de Bainbridge e representantes eleitos pedindo a eles para ser oporem ao projeto.

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Kathy Guillermo é Vice-Presidente Sênior do Laboratório de Investigações de People for the Ethical Treatment of Animals (PETA). Por quase 30 anos, Guillermo tem trabalhado para expor e acabar com a crueldade para com os animais em experimentações e indústrias de corrida de cavalos. Ela liderou vitórias históricas da PETA contra agências governamentais como NASA e as Forças Armadas e grandes corporações. Ela explica o status dessa campanha para parar a instalação do criadouro de macacos da Geórgia:

“Os moradores locais estão travando uma verdadeira batalha e eles têm alguns dos funcionários do seu lado. Alguns dos funcionários têm reconhecido que as coisas estão sendo feitas errado. Não foi tratado corretamente. E, no entanto, as Autoridades de Desenvolvimento e a Cidade de Bainbridge estão aparentemente ainda apoiando essa proposta. Então, a luta não acabou”.
“Eu apenas tenho um mau pressentimento quanto a isso”, disse um residente do Condado de Decatur para o Atlanta Journal-Constitucion.

Processo alega negócios secretos

PETA diz que uma empresa privada persuadiu algumas autoridades locais a não apenas apoiar esse plano altamente controverso, mas também ofereceu negócios que PETA descreve como “acordo secreto doce”. Entretanto, moradores locais esperam que a ação legal que eles ingressaram ajude a impedir que essa prisão de macacos seja construída, questionando a legalidade da reunião. Guillermo explicou:

“Acontece que as leis de reuniões abertas foram violadas naquela reunião do comitê. Eles não emitiram um aviso adequado. Houve todo tipo de irregularidade com ele. Então, a ação alega que os contratos que foram aprovados e que a proposta que foi aprovada pelos funcionários são ilegais, e não deveriam ser honrados. É disso que trata a ação, até o momento. O município e o Conselho de Assessores Fiscais estão concordando com isso, mas a prefeitura e a Diretoria de Educação não”.

“Acho que os cidadãos de qualquer condado em qualquer estado são muito mais poderosos juntos do que qualquer empresa ou qualquer legislador individual” – Katty Guillermo, VP Sênior de PETA.

Cada carta conta nesta batalha.

Este é um caso em que alguns funcionários já admitiram que as coisas não foram feitas corretamente. Entretanto, impedir que a prisão de macacos seja construída é ainda a batalha no estilo de Davi e Golias. Guillermo explica porque cada carta para os funcionários da prefeitura é tão crucial:

“O que está realmente complicando isto é que há uma medida de validação de títulos que já foi aprovada pela corte na Geórgia e é muito difícil impedi-la. Os moradores locais estão dando seu melhor. O Ministério Público está tentando, mas é muito difícil de impedir. Então, nós realmente precisamos que a prefeitura e o Conselho de Educação se unam e digam para essa empresa: “Bem, se você está vindo aqui, você não vai pegar os 60 milhões de dólares em incentivos fiscais”.”

PETA está pedindo aos cidadãos americanos de cada estado que apoiem a sua campanha escrevendo para as autoridades dessa cidade da Geórgia. PETA também pede que os americanos contatem seus congressistas e exijam que eles se oponham à operação planejada de criação de macacos. PETA sugere que os amantes de animais também implorem aos seus representantes que votem a favor de medidas (como a LEI CARGO) destinadas a eliminar o uso de animais em pesquisas e testes de produtos. Guillermo explica porque todos os cidadãos deveriam se preocupar com esse projeto:

“É um problema nacional. Não é como se fosse 30.000 macacos que vão para essa instalação e pronto. Eles serão milhares de macacos indo e vindo dessa instalação. Eles estão sendo transportados de caminhão pelos Estados Unidos. Eles podem estar passando pelo estado que você vive a caminho dos laboratórios. Nós sabemos que macacos trazem doenças sem culpa própria”.

Nós convidamos qualquer uma das empresas que estão envolvidas, bem como qualquer condado local, autoridades estaduais ou autoridades federais, a comentar esse caso a qualquer momento.

“Pode ser que isso seja interrompido, porque se eles não puderem honrar os US$ 60 milhões de incentivos fiscais que eles ofereceram para essa empresa, então a empresa sofrerá alta pressão para querer ir adiante com isso” – Kathy Guillermo, Sênior VP de PETA.