Inúmeros animais em zoológicos morrem devido a problemas relacionados ao cativeiro

Inúmeros animais em zoológicos morrem devido a problemas relacionados ao cativeiro
Inúmeros animais em zoológicos morrem devido a problemas relacionados ao cativeiro

Há muito tempo, os zoológicos são considerados símbolos de conservação e educação, oferecendo aos visitantes a oportunidade de ver e aprender sobre animais que, de outra forma, talvez nunca encontrassem. No entanto, incidentes recentes ressaltam a dura realidade da vida em cativeiro para muitas dessas criaturas. Um incidente ocorreu no Henry Doorly Zoo and Aquarium, em Nebraska, onde um exame de saúde de rotina em jacarés revelou que Thibodaux, um jacaré de 36 anos de idade, havia ingerido 70 moedas, totalizando US$7 (aproximadamente R$37). Embora Thibodaux tenha tido a oportunidade de passar por um procedimento bem-sucedido para remover as moedas, muitos outros animais não tiveram a mesma sorte.

A triste verdade é que a morte devido ao consumo de objetos estranhos não é incomum em zoológicos. Os animais, confinados em ambientes pequenos e muitas vezes não naturais, podem ser levados pela curiosidade ou pelo desespero a ingerir objetos que nunca encontrariam na natureza. Relatórios de vários zoológicos em todo o mundo destacam as consequências trágicas desse comportamento, desde leões-marinhos que ingerem peixes de plástico usados como enriquecimento ambiental até pinguins que engolem meias e baterias.

Os ursos polares, em particular, parecem estar correndo um risco maior, possivelmente devido à sua dieta oportunista e aos grandes recintos. Casos de ursos polares que ingeriram itens que variam de brinquedos a jaquetas tiveram consequências devastadoras, incluindo lesões intestinais e morte. Além disso, os perigos do cativeiro vão além do consumo de objetos estranhos. As girafas são propensas a lesões fatais por se emaranharem em elementos do recinto, enquanto os conflitos com companheiros de cativeiro representam riscos significativos, especialmente para espécies solitárias e territoriais como os grandes felinos.

Apesar desses riscos gritantes e das evidências cada vez mais numerosas do preço que o cativeiro cobra dos animais, os zoológicos continuam a defender seu papel nos esforços de conservação. No entanto, a questão permanece: como os zoológicos podem alegar que priorizam o bem-estar e a conservação dos animais quando as próprias condições que oferecem levam a resultados não naturais e, muitas vezes, mortais? Incidentes como o de Thibodaux servem como lembretes, e fica claro que o modelo atual de cativeiro não cumpre sua promessa de proteger e preservar os animais que diz atender. É hora de uma reavaliação crítica do papel dos zoológicos na conservação, com um foco renovado em práticas éticas.

Por Trinity Sparke / Tradução de Ana Carolina Figueiredo

Fonte: One Green Planet

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