Onças são flagradas em disputa por território em local suspeito de ser ‘atração’ irregular para selfies no Pantanal; veja vídeo

Onças são flagradas em disputa por território em local suspeito de ser ‘atração’ irregular para selfies no Pantanal; veja vídeo
Onça-pintada avistada no sábado (17), no rio Miranda. — Foto: Reprodução

Trio de onças-pintadas foram flagradas disputando território no Pantanal de Mato Grosso do Sul, às margens do rio Miranda, na última semana. Os animais estavam na região do Passo do Lontra, ponto muito frequentado por turistas. Veja vídeo abaixo.

VÍDEO: Onças foram registradas no Passo do Lontra disputando território

O veterinário do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Diego Viana, relata que não é comum vários animais desta espécie ficaram assim todos juntos.

“Não é comum adultos interagirem a não ser em casos de disputa por território ou fêmeas. Porém, existem casos registrados”, completou.

Apesar de impressionante, o vídeo pode ser prova de um crime que já está sendo investigado pela Polícia Militar Ambiental: o de cevada.

A prática consiste em alimentar os animais com frequência para interesses turísticos. De acordo com a PMA, a região onde o trio de onças estão, se parece muito com o local onde diversos animais foram filmados no último mês.

O registro demonstra como as onças não parecem incomodadas com a proximidade de seres humanos.

Só pelas imagens, não é possível afirmar se o local realmente é ponto de cevada, apontou o veterinário do IHP, e pode ser apenas uma disputa territorial entre membros da mesma família. No entanto, também pode ser indivíduos disputando o ponto de ceva.

Prática criminosa

A ceva gera riscos para as pessoas, assim como para os bichos, porque diminui a distância de conforto das onças-pintadas com os seres humanos e elas começam a chegar cada vez mais perto. A onça pode ficar dependente dessa relação e deixar de caçar ou procurar alimento de forma natural.

“Essa é uma atitude nada inteligente e totalmente criminosa e arriscada, o animal acaba associando a presença humana ao alimento, e com isso deixa de lado o instinto de caça. Isso aumenta o risco de ataques, caso o animal não receba comida”, explicou a capitã Thamara Moura, da PMA.

Em 2015, Mato Grosso do Sul estabeleceu a proibição da alimentação ou ceva de mamíferos silvestres de médio e grande porte em vida livre para atrair e aumentar a chance de observação ou garantir sua permanência em determinada localidade.

Além de crime ambiental, a prática é considerada ato de maus tratos animal. A pena prevista é de um a três anos de reclusão, além de multa.

Por Gabrielle Tavares

Fonte: G1

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