Proprietário de clínica com animais em situação de maus-tratos é preso no interior de SP
Uma clínica veterinária foi denunciada por maus-tratos e interditada em ação da Polícia Civil junto da Vigilância Sanitária. O proprietário da clínica foi preso nesta quinta-feira (11) em Campinas, no interior de São Paulo.
Animais envolvidos
No total, 74 animais foram encontrados no estabelecimento. Um dos saguis era tetraplégico e foi encontrado em estado de desnutrição.
Confira a lista com alguns dos animais:
- 60 cães de diferentes raças
- 3 macacos
- 3 saguis
- 1 macaco-prego
- Passarinhos da espécie coleirinho
- Arara-canindé
- Tartarugas
- Jabutis
Segundo o delegado Elton Prado da Costa, os animais estavam presos em espaços superlotados e em gaiolas com menos de 1 m². Em alguns casos, os animais foram encontrados presos e machucados.
Após acompanhar o processo de apreensão, a veterinária Bianca Mendes disse que os animais eram vítimas de maus-tratos e viviam em situação de sofrimento. Segundo ela, eles eram alimentados com ração de cachorro.
“Um lugar bem insalubre, a limpeza, alimentação incorreta. As aves em gaiolas muito pequenas. Um lugar bem complicado de ver e de acreditar que o animal estava dentro de uma gaiola daquele jeito”, relatou ao “G1”.
Usado como canil
Os animais foram levados à Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Campinas após suspeita de serem vindos do tráfico e venda ilegal.
Segundo o delegado, documentos encontrados dão indícios de que cães eram reproduzidos e vendidos no local. Entretanto, o proprietário nega que seu estabelecimento era utilizado como canil.
Até o momento, os cachorros permanecerão no local até encontrarem um lugar adequado para residirem.
“Como médico veterinário há um agravamento da questão, principalmente moralmente, porque como médico ele tem o dever legal de conhecer como manter os animais e também da origem e da forma como eles devem ser comprados e adquiridos”, diz o delegado.
Preso por posse ilegal de animais silvestres e maus-tratos, o proprietário deve passar por audiência de custódia nesta sexta-feira (12), segundo informações do delegado.
A Polícia Ambiental receberá todo material recolhido no local e emitirá multas para cada crime ambiental constatado.
Por Lucas Souza e Matheus Herbert
Fonte: Gazeta de São Paulo