Síndico muda local da casinha de gato que ‘ganhou causa’ e é denunciado por morador de condomínio em MS

Síndico muda local da casinha de gato que ‘ganhou causa’ e é denunciado por morador de condomínio em MS
Animal em condomínio de Campo Grande — Foto: Montagem/G1 MS

O morador de um condomínio do bairro Tiradentes, em Campo Grande, foi até a delegacia para denunciar a conduta do síndico do local, o qual estaria desrespeitando uma ordem judicial e mudando o local da casinha do Frajola. O gato ficou famoso após decisão judicial inédita, em Mato Grosso do Sul, que o fez permanecer como “animal comunitário” no local.

Questionado pelo g1, o síndico disse que o caso “tomou proporções absurdas” e que ele inclusive estaria sendo chamado de “bandido e assassino de gato”, entre outros termos. O profissional, que não quer ter a identidade revelada, ressaltou que não quer conversar com a imprensa e que a advogada dele é quem está “cuidando do caso”.

A reportagem tentou ligar para ela, mas, não atendeu as ligações.

No boletim de ocorrência, registrado por um estudante de Direito, de 26 anos, consta que o gato foi adotado pelos moradores há cerca de 4 anos. Ele fica na área comum do condomínio e, desde a troca de síndico, os moradores entraram com uma ação judicial pelo fato do profissional dizer que levaria o Frajola para outro local.

O juiz então determinou que os moradores comprassem uma casinha para o animal, de “tamanho adequado” e que permaneceria na “área externa e em local digno, protegido da chuva e do trânsito de veículo”. No entanto, ao colocarem a casinha perto do bicicletario, que é o local onde o Frajola sempre ficou, o síndico estaria retirando e deixando em um lugar onde pega sol.

Ainda de acordo com a queixa, ao perguntar para o porteiro sobre a mudança, ele contou que o síndico é quem estava mudando a casinha de lugar. Na ocasião, o advogado falou que tentou argumentar com o síndico, porém, este teria dito que “nenhum juiz manda no condomínio” e ainda teria feito ofensas ao morador.

Visita da polícia

Há cerca de um mês, equipe da Delegacia Especializada em Repressão à Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista (Decat) compareceu ao condomínio e fez um relatório sobre as condições do animal, além de alerta aos moradores sobre possíveis crimes de maus-tratos, ressaltando que a integridade física e o bem-estar do gato devem ser mantidos.

No dia 20 de setembro, durante audiência conciliatória, a Dra. Dalila Barbosa Soares, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso do Sul – solicitou a colocação de uma casinha provisória para o abrigo do animal, objeto que foi custeado pelos moradores.

Entenda o caso

“Nosso frajola vai ficar no lugar em que sempre viveu”. É assim que muitos moradores do Condomínio Parque Residencial Mangaratiba, comemoraram a a liminar deferida em agosto deste ano, a qual aponta que o gato deve permanecer no local e ainda ganhará uma casinha e alimentação adequada.

Frajola já está no local há 4 anos. A tutora do animal, a jornalista aposentada Brasilusa Gomes de Pinho Neves, de 62 anos, ressaltou que vários moradores cuidam do animal.

“Nós, desde o início, tomamos as medidas corretas e cuidamos da questão da vacina, vermífugo e eu também o levei no CCZ [Centro de Controle de Zoonoses] para fazer a chipagem. Foi quando esse síndico chegou, de maneira mais agressiva, falando que ia sumir com o gato, que ia largar lá no CCZ e nós decidimos entrar com a ação, retirando, inclusive, esse assunto da pauta de discussão de hoje”, comentou.

Na decisão, consta que os moradores falam que o gato denominado “Frajola” e de “Mascote” habita na área comum do condomínio desde meados de 2018 e, desde então, moradores criaram “vínculos de afeto e dependência”, se disponibilizando voluntariamente para cuidar e respeitar os direitos do animal.

Fonte: G1

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