Justiça arquiva ação sobre morte de peixes do Aquário do Pantanal

Justiça arquiva ação sobre  morte de peixes do Aquário do Pantanal
Peixes deveriam ficar em quarentena até término das obras do Aquário - Foto: Valdenir Rezende/CE

A Justiça arquivou provisoriamente a ação que pede a indisponibilidade de bens dos suspeitos de envolvimento na morte de milhares de peixes adquiridos para compor o Aquário do Pantanal, em Campo Grande, MS. O punição foi proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE) em janeiro de 2016 e previa o bloqueio de pelo menos R$ 2.086.620,97 para ressarcir o Estado dos prejuízos causados.

Apurações do MPE apontam para ato de improbidade administrativa em razão de fracasso da elaboração e execução do projeto de pesquisa técnico-científico para captura e ambientação dos animais até que o empreendimento fosse ativado. O problema teria resultado em prejuízos em torno de R$ 5 milhões.

São réus na ação Thiago Farias Duarte, então coordenador do projeto de pesquisa ‘Biodiversidade para todos: da água à popularização da ciência e proteção da vida por meio do Aquário do Pantanal’; Carlos Alberto Negreiros Said Menezes, ex-diretor do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul); e Marcelo Augusto Santos Turine, ex-presidente da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do do Ensino, Ciência e Tecnologia (Fundect) e atual reitor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Também são réus na ação os sócios da empresa Anambi – Análise Ambiental, contratada par executar o projeto técnico-científico.

A suspensão da ação se deu após decisão interlocutória do juiz em substituição, José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, em 07 de fevereiro de 2019. Na ocasião, foi aceito o pedido de levantamento de indisponibilidade de bens de Thiago. No entanto, Negreiros e Turine ainda aguardam decisão sobre recurso especial, o que dificulta o andamento da ação.

ENCERRADO

O projeto para captura e manutenção dos peixes foi encerrado em junho de 2015. De acordo com o Fundect, a medida ocorreu em virtude do não cumprimento de recomendações técnicas, como, o correto armazenamento da ração e oferta de alimentação adequada aos animais, rígido controle das condições da água e da temperatura, manuseio no local de quarentena, o que, entre outros aspectos, interferiu no adequado manejo para preservação do bem estar dos animais e produção de conhecimento científico, que é a finalidade do projeto.

Além disso, foram detectadas inadequações na prestação de contas apresentada pela empresa interveniente do projeto de pesquisa, situação que acabou provocando bloqueio na utilização dos recursos aprovados.

O relatório também revelou a mortalidade de 80,8% dos peixes em quarentena para o Aquário do Pantanal. Foram 10.160 peixes entre novembro de 2014 e abril de 2015, entre espécies amazônicas como arraias, tetras e piabas.

A obras do Aquário do Pantanal, iniciadas na gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB), estão paradas. Um dos alvos da operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal, que apura desvio de recursos públicos, o empreendimento já consumiu cerca de R$ 250 milhões.

Por Tainá Jara

Fonte: Correio do Estado

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