Direção de Centro convoca reunião para decidir proibição de alimentar animais na UFPB

Direção de Centro convoca reunião para decidir proibição de alimentar animais na UFPB
Convocação motivou postagem de uma estudante de Administração na UFPB (Foto: Reprodução/Facebook)

Um documento convocando professores e diretores do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) da UFPB para uma reunião com o objetivo de proibir a colocação de ração para os animais que vivem no campus de João Pessoa causou polêmica nas redes sociais. Pessoas ligadas à proteção animal e a estudantes do centro discordaram do objetivo da reunião.

Em uma postagem no grupo da UFPB no Facebook, a estudante do curso de Administração da UFPB, Heudja Varela, questiona que se não há pontos mais importantes a serem abordados pela direção do CCSA, como o fato da infraestrutura das salas de aula.

“Nós como alunos estamos preocupados com sala de aula sem retroprojetor, sem ar-condicionado, nem ventilador, iluminação ruim, professores que às vezes não têm mesa para por os equipamentos. Enquanto isso, a direção do CCSA, nosso Centro, convoca reuniões para discutir a proibição de alimentar animais abandonados nas dependências do centro”, comentou.

O G1 tentou entrar em contato com o diretor do centro, o professor Walmir Rufino da Silva, mas as ligações não foram atendidas. Na postagem feita pela universitária Heudja Varela, a secretária do CSSA, que assina o documento de convocação, explicou relatou que a polêmica acabou provocando ataques contra ela nas redes sociais por parte de pessoas ligadas à proteção animal.

Documento destaca ainda que outro assunto, além da proibição de dar alimentos a animais no CCSA (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/Heudja Varela)
Documento destaca ainda que outro assunto, além da proibição de dar alimentos a animais no CCSA (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/Heudja Varela)

Em resposta aos ataques, ela explicou que a reunião foi cancelada e deve ser reagendada. Ainda segundo a servidora, “esse ponto de pauta foi motivado a partir de uma reclamação (formalizada) de um conselheiro que reclamou da constante presença de timbus no seu setor, causando mau cheiro. Segundo relatou, os timbus estão se alimentando da ração dos gatos”.

Ainda de acordo com a secretária, o tema seria debatido, tendo em vista que aconteceria a reunião para que chegassem a um consenso sobre a proibição. Por fim, ele destacou que o o vice-presidente da comissão de direitos dos animais da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Paraíba (OAB-PB) havia procurado o CCSA para participar da reunião assim que houver uma nova data definida.

Heudja Varela explicou que o documento foi repassado por uma pessoa amiga dela cuja identidade não poderia ser revelada. Ele contou que sentiu necessidade de compartilhar, tendo em vista que se tratava do centro em que ela estuda e por haver pautas mais urgentes.

“Por se tratar do centro que eu estudo, que visivelmente possui problemas maiores, o fato de além de ser mal redigida [a convocação], não havia pauta para precarização das salas de aula, janelas que caem, persianas que nao funcionam e ar-condicionados que estão parados há tempos”, comentou a universitária. O G1 também tentou contato com a secretária responsável pelo documento, mas o contato não foi retornado.

O campus da UFPB de João Pessoa é conhecido como um local de abandono de animais. Uma comissão Direito e Bem-Estar Animal e Enfrentamento do Problema de Abandono de Animais Domésticos nos Campi da UFPB para gerir e ajudar a resolver o crime ambiental de abandono.

Fonte: G1


Nota do Olhar Animal: A reunião parece que vai decidir entre educar para o respeito aos interesses de outros seres ou “educar” para a tratoragem sobre a ética, sobre a compaixão, sobre o próprio sentido da Educação. É uma vergonha que a reunião não seja para discutir sobre encaminhamentos éticos para ajudar estes animais, para combater as razões que levam ao abandono dos bichos, mas sim para tratar sobre uma forma de simplesmente bani-los. Um vexame total da UFPB e seus gestores, que se mostram desconectados da comunidade em que estão inseridos e de seu papel educador em um sentido mais amplo.

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