Protetora desmente que rodoviária de Balneário Camboriú acolheu cachorrinha abandonada e cobra medidas do terminal

Protetora desmente que rodoviária de Balneário Camboriú acolheu cachorrinha abandonada e cobra medidas do terminal
Protetoras cobram medidas da rodoviária contra os frequentes casos de abandono (Foto: Arquivo)

A história da cachorrinha abandonada por uma passageira na rodoviária de Balneário Camboriú (SC) e que teria sido acolhida por funcionários do terminal ganhou nova versão contada pela gerente comercial Gabriela Schirmer, protetora de animais que afirma acompanhar o caso.

Segundo ela, o subsíndico do terminal, Darceu Couto de Oliveira, não contou a “história real”, tentando “deixar bonito” para a rodoviária, e que ele não está com a cachorrinha. A protetora diz que a dog, que recebeu o nome de Betânia, está com o casal de uma lan house.

Após o acolhimento, eles levaram a pet pro veterinário e a peludinha ganhou um banho. Ela é cuidada pelo casal. “Basicamente, a cachorra tá morando de dia dentro da lan house e à noite o Darceu liberou uma sala pra cachorra dormir, onde os funcionários ajudam”, disse.

A cachorrinha foi abandonada há cerca de duas semanas. A tutora não tinha o documento de vacinação e embarcou deixando a pet pra trás. “Isso acontece com frequência na rodoviária, porque as pessoas não valorizam os animais e não têm uma instrução também da rodoviária e das empresas de ônibus em como proceder numa situação dessas”, aponta.

Protetoras cobram medidas da rodoviária contra os frequentes casos de abandono (Foto: Arquivo)
Protetoras cobram medidas da rodoviária contra os frequentes casos de abandono (Foto: Arquivo)

As filmagens do dia do abandono já foram apagadas e o BO não chegou a ser feito. A protetora defende que a mulher responda pelo crime e que não possa pegar a cachorra de volta. Com a ajuda do vereador Victor Forte (PL), Gabriela informa que conseguiu a castração de Betânia nesta semana.

Enquanto a dog é cuidada, a cobrança é por medidas da administração contra casos frequentes de abandono. “Falta orientação para os funcionários, porque eles deixam simplesmente acontecer, veem a situação, veem a pessoa abandonando e não fazem nada”, disse.

Ela sugere que o pessoal da rodoviária seja mais bem instruído pra orientar as pessoas que vão viajar com cachorro ou gato, sobre quais documentos são necessários e quais os procedimentos. Também aponta a necessidade de placas sobre o abandono de animais, prática que é crime por lei federal.

A protetora quer fazer um trabalho de conscientização no terminal. “Eu acredito que a Betânia apareceu na nossa vida pra conscientizar. Ela veio para um objetivo, talvez pra gente trazer consciência pras pessoas de que abandono é crime, que isso acontece sempre e que a gente deve repensar muito mais sobre isso”, reflete.

Síndico promete ações

Darceu confirma casos de abandono, tanto de animais deixados por passageiros ou que aparecem da rua, e promete medidas de orientação. “Nós já confeccionamos placas pra colocar em lugar visível, [alertando] da proteção dos animais, que abandono é crime”, disse. Ele afirmou que o terminal também cobra mais das empresas.

“No mural de cada empresa, de cada agência, eles têm lá o que é necessário pra cada animal viajar, desde carteira de vacinação, documentação em dia. Essa aí foi um caso à parte. Outras que não conseguiram levar os animais, as pessoas perderam a passagem pra não abandonar os animais”, conta.

Sobre as empresas, Darceu observa que cada uma tem suas normas. “Se realmente o animal não puder embarcar, a pessoa também não vai. Só que tem agências que querem cobrar de cada [passageiro]. Se você leva um animalzinho na caixinha, você tem que pagar um assento separado, você não pode levar ele no colo. Isso aí eu acho errado, só que isso não compete a nós”, diz.

No caso da Betânia, o subsíndico defende que o terminal fez o acolhimento. Ele confirmou que a dog foi pra castração e deve ficar uma semana na recuperação. Segundo Darceu, quando animais aparecem no local é feito contato com ONGs, mas as entidades têm dificuldade de atender porque estão lotadas. “Eu acho que o terminal rodoviário fez a parte dele que foi acolher esse animal. E outros que aparecem aqui, eles passam o dia aqui e saem. Nós não temos onde colocar os animais num lugar adequado”, argumenta. Ele tem a intenção de entregar a dog pra um tutor responsável.

Por João Batista

Fonte: Diarinho

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