Alegando maus-tratos, ONG entra com ação civil para impedir provas de vaquejada na Expoacre 2017

Alegando maus-tratos, ONG entra com ação civil para impedir provas de vaquejada na Expoacre 2017
ONG ingressou com ação para impedir vaquejada, em Rio Branco (Foto: Valdivan Veloso/Globoesporte.com)

Alegando maus-tratos contra animais, a Associação Patinha Carente decidiu protocolar uma ação civil pública, nesta quinta-feira (27), pedindo uma liminar da Justiça para impedir que sejam realizadas as provas de vaquejadas na Expoacre 2017. A etapa classificatória da disputa está marcada para ocorrer no dia 29 e a final no dia 30 de julho.

Ao G1, o diretor jurídico da Associação de Vaquejada do Acre (Avac), Marivaldo Bezerra, disse que ainda não foram notificados da ação. Ele afirma que estão tranquilos, pois estão dentro das emendas constitucionais exigidas. Bezerra destaca que os bois usam protetor de calda e que fizeram modificações nos currais e na pista da vaquejada para garantir o bem-estar dos animais.

“Também temos um veterinário que atua junto conosco e faz todo o acompanhamento. Eles [ONG] em nenhum momento nos procuraram, falta conhecimento em relação ao esporte. Essas situações ocorriam anteriormente, mas hoje isso mudou. Eles pedem que atuemos de acordo com as regras, mas isso já é previsto em lei e já estamos seguindo”, afirma.

No documento, a associação diz que a prova consiste em derrubar o boi com as quatro patas para cima e que nesse momento o animal sofre “um desenluvamento, nome técnico dado ao “arrancamento do rabo”. A organização também iniciou um abaixo-assinado que já conta com 477 assinaturas, segundo a presidente da organização, Vanessa Facundes.

“A vaquejada é uma forma de maus-tratos animais para divertimento humano. Então, vamos tentar impedir e ingressamos com a ação que é o “remédio constitucional” correto para esse tipo de situação por que atinge o bem meio jurídico do meio ambiente. Não concordamos e estamos defendendo o direito dos animais”, afirma.

Ainda na ação, a ONG destaca que o objetivo não é impedir a realização da feira de agronegócios, mas a crueldade que os animais são submetidos durante as provas. Vanessa destaca que em outros estados há leis que regulamentam esse tipo de prática que são consideradas inconstitucionais.

“Esses animais não falam, não podem se defender, mas eles também sentem dor e sofrem muito. Então, nós temos de ser a voz deles. A vaquejada é um ato muito cruel e acreditamos que a liminar é a melhor opção para defende-los”, finaliza.

Por Quésia Melo

Fonte: G1


Nota do Olhar Animal: É incrível que alguma autoridade judicial não considere os maus-tratos como inerentes à prática da vaquejada. É de uma obviedade gritante. Não há como pensar que aquele que não considera a derrubada dos animais como abuso e maus-tratos não tenha algum interesse próprio na existência e continuidade destes eventos. Impossível pensar que não haja a mais pura má fé nesta avaliação. E, sendo assim, estas pessoas cometem o crime de prevaricação ao ignorar este crime. Pior ainda são aqueles que reconhecem que há violência e danos aos animais, mas que defendem estes em nome da “tradição”, como se o tempo em que a prática imoral vêm ocorrendo fosse mais relevante do que os danos que ela causa.

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