Aos prantos e com cachorro morto no colo, mulher critica pet shop: ‘Era meu filho’

Aos prantos e com cachorro morto no colo, mulher critica pet shop: ‘Era meu filho’

A tutora de um cachorro fez um desabafo emocionado na quarta-feira (15/9), após o animal morrer durante procedimento num pet shop do DF. A empresária Larissa Marques de Carvalho, 34 anos, deixou o animal na clínica para banho e tosa, mas quando foi buscar o cão, da raça Spitz, ele estava sem vida. O caso ocorreu na clínica Personal Dog, na Asa Norte, e um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

Para Larissa, Flock era como um “filho”. O cãozinho, de 1 ano e 4 meses, não tinha nenhuma doença pré-existente, segundo a tutora. “Ele era meu filho. Minha vida. Meu tudo. Eles tiraram minha vida”, disse a empresária, ao Metrópoles, bastante emocionada. “Ele era supercarinhoso. Nossa, meu Deus! Ele me beijava o dia inteiro”, recordou.

No dia da morte de Flock, Larissa disse que recebeu uma ligação do pet shop informando que teria ocorrido uma “intercorrência” com o animal. “Eu saí correndo. Quando cheguei lá, ele falou que estava há duas horas tentando reanimar o meu cachorro. E não me ligou. Não me deu nem oportunidade de levar ele para outro lugar. Me entregaram ele morto”, relatou.

Para a tutora, a postura do pet shop não foi correta. “Foram altamente negligentes e insensíveis. Entregaram meu cachorro igual a um objeto”, afirmou.

Larissa passou a frequentar o pet shop onde o animal de estimação faleceu recentemente. Antes, ela levava o cão em outra loja especializada, mas, insatisfeita com o serviço, trocou de estabelecimento.

“Eu vou pedir reparação. Quero justiça e que ninguém passe pela dor que estou passando, porque é ruim demais. É terrível”, desabafou.

De acordo com a vice-presidente da Comissão de Direito dos Animais da OAB de Taguatinga, Ana Paula Vasconcelos, o que deveria ser apenas um procedimento de rotina acabou em tragédia. “Ela já tinha deixado o cachorro lá outras vezes. Dessa vez, deveria buscá-lo ao meio-dia, mas ligaram avisando que teria havido um problema”, disse.

Quando recebeu a notícia de que Flock havia morrido, Larissa discutiu com o dono do local, mas foi em vão. “Perguntei o que tinha acontecido. Ele falou que não sabia. E que não tinha o que fazer. O que tinha que fazer foi feito”, relembrou a tutora, com a voz embargada.

Um boletim de ocorrência foi registrado, e o corpo do cão levado à Universidade de Brasília (UnB), para que passe por necropsia. “As circunstâncias vão ser apuradas, não justifica a clínica simplesmente dizer que não sabe o que aconteceu. A história está muito mal contada”, explica a advogada. O resultado do exame deve ficar pronto em até 15 dias.

Ao Metrópoles o médico veterinário e proprietário da Personal Dog, Luís Gustavo Silveira, informou que o cão chegou ao estabelecimento para tosa e banho. No momento em que secavam e penteavam o animal, ele desmaiou e ficou inconsciente.

“Sou o veterinário da clínica e fiz todos os procedimentos de reanimação. Infelizmente, o cão não resistiu e faleceu. Comunicamos a dona logo após tentarmos reanimá-lo. Eu não acompanhava o cão e não sei se ele já tinha alguma doença pré-existente”, explicou.

O proprietário contou que a tutora do animal chegou bastante nervosa ao estabelecimento e não foi possível conversar com ela. “Nós tentamos salvar o cachorro. Ela chegou e não teve a intenção de saber o que aconteceu. Estava alterada, quebrou o interior da loja e também ameaçou os funcionários. Foi necessário acionar a polícia, que levou a tutora até a delegacia, e registramos o boletim de ocorrência. Infelizmente, não houve um diálogo. Não teve como conversar com ela. O nosso advogado vai acompanhar o caso”, acrescentou.

A PCDF, por meio da 5ª DP (Asa Norte) registrou dois BOs: um feito pelo dono do pet shop e outro por Larissa. No primeiro, a Polícia Civil apura o crime de dano, uma vez que a dona do cachorro, exaltada e no calor do momento, danificou bens da clínica. O segundo registro foi feito pela tutora. Este vai investigar a causa da morte de Flock.

Por Francisco Dutra e Matheus Garzon / Colaborou Nathália Cardim

Fonte: Metrópoles

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