Cachorro de rua cego de um olho é adotado por servidores em Alto Santo, CE

Cachorro de rua cego de um olho é adotado por servidores em Alto Santo, CE
Os servidores dividem as despesas com alimentação, vacinas, produtos de higiene e medicamentos para o cão. Foto: Arquivo pessoal

Nas ruas das cidades do interior cearense há muitos cachorros abandonados e falta política pública de proteção, abrigos e controle populacional dos cães. Mas, em muitos casos, sobram exemplos de amor e carinho. Foi o que aconteceu na cidade de Alto Santo, no Vale do Jaguaribe, distante 222 km de Fortaleza. Um cachorro de rua buscou proteção na sede da Prefeitura e foi adotado.

O “doguinho” chegava pela manhã em frente ao prédio e ali permanecia até o fim do expediente. Essa cena se repetiu durante alguns dias, até que um grupo de servidores decidiu acolher o animal, que tem um olho cego e necessitava de cuidados.

A recepcionista da Prefeitura, Aline Rocha, contou que “o cachorro chegou a entrar algumas vezes na recepção e parecia estar em busca de proteção e de amigos”. A controladora e ouvidora do município, Luana Diógenes Osterne, decidiu adotar o cachorro que recebeu o carinho dos servidores.

“Damos água, ração, banho uma vez por semana, vacinas, e ele, agora, livremente percorre todas as salas, mas passa mais tempo ao meu lado”, contou Luana Diógenes. “Ele já tem até um Instagram que é @55nossoamorzinho“.

O cão é cego de um olho. Foto: Arquivo pessoal

Despesas Divididas

Outros servidores dividem com Luana Osterne despesas com alimentação, vacinas, produtos de higiene e medicamentos para o cão, que recepciona quem chega ao Paço Municipal. “Ele já se tornou conhecido na cidade e todos têm carinho por ele”, pontuou a controladora e ouvidora municipal.

Emocionada, Luana Osterne  lembra da primeira vez, quando o cachorro saiu, após o fim do expediente, mas para surpresa dela e de outros servidores “esperava a abertura do portão, no dia seguinte”.

O cachorro visita todas as salas, dorme um pouco em cada uma, mas “prefere as que tem ar-condicionado” – Foto: Arquivo pessoal

Preferência por sala com ar-condicionado

O animal visita todas as salas, dorme um pouco em cada uma, mas “prefere as que tem ar-condicionado”, observa a ouvidora do município. “Quando quer entrar ou sair, ele arranha a porta com as patas”.

Ela relembra outra artimanha do animal. “Um dia, ao sair no fim do expediente, ele me acompanhou até o prédio onde moro, que fica próximo, e subiu todas as escadas, até o terceiro andar, atrás de mim”.

O cachorro é dócil e gosta de abraçar e ficar ao lado das pessoas. Um amigo fiel, dizem os servidores municipais. “É um pouco grande, mas parece uma criança de tão carinhoso”, lembrou Alice Rocha. 

O cachorro é dócil e gosta de abraçar e ficar ao lado das pessoas. Foto: Arquivo pessoal

Na adolescência, Luana Osterne  chegou a criar, no sítio Cacimba, zona rural de Jaguaribe, uns 15 cachorros. “Eu era conhecida por gostar e acolher os animais e espero que um dia todos tenham espaço e sejam tratados com amor e respeito”, finalizou. “Existem, infelizmente, muitos animais abandonados e até maltratados”.

Cão pede ajuda em Juazeiro do Norte

Em março passado, um outro cachorro viralizou e emocionou muita gente após pedir ajuda em uma clínica veterinária de Juazeiro do Norte, no Cariri cearense. O animal foi adotado e recebeu o nome de Quindim. 

O Diário do Nordeste mostrou com exclusividade que a mudança na vida de Quindim começou quando ele entrou mancando na recepção clínica da médica-veterinária Deyse Silva, em 6 de março, e mostrou a pata machucada.

A médica acolheu o cachorro e o levou para atendimento. Quindim tinha uma unha encravada, por isso sentia dor na pata esquerda, e também um problema mais sério: um tumor venéreo que causa sangramento na região peniana.

Quindim começou tratamentos com quimioterapia para tratar o tumor e com medicamentos para carrapatos e passou por procedimento de castração.

O nome ‘Quindim’ foi escolhido após sugestão da ativista pelo direito dos animais Luisa Mell, devido ao jeito dócil do cãozinho, segundo Deyse.

Por Honório Barbosa

Fonte: Diário do Nordeste

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