Cachorro idoso, cego e amputado que ficou dez anos no abrigo é adotado em Araraquara, SP

Cachorro idoso, cego e amputado que ficou dez anos no abrigo é adotado em Araraquara, SP
Cão ficou dez anos esperando adoção no abrigo e hoje tem uma família (Fotos: Arquivo Pessoal)

A vida do cão Estabanado não foi fácil. Há dez anos, quando já era adulto, ele foi resgatado vítima de maus-tratos. À espera da adoção, passou dez anos no abrigo da Prefeitura de Araraquara, onde ficou cego devido à velhice e acabou precisando amputar uma das patas devido a um tumor. Na última semana, porém, ele ganhou seu final feliz. Foi adotado, ganhou uma família, um lar e irmãos caninos. 

Antes de conhecer a história do Estabanado, você precisa saber que sua nova família lhe deu um novo nome. Agora ele se chama Tofu. Tudo começou há dez anos, quando ele foi resgatado pela coordenadoria de bem-estar animal de Araraquara, vítima de maus-tratos. As estatísticas não ajudaram, ele era adulto, macho e de grande porte, quando a maioria das pessoas prefere adotar filhotes, fêmeas e de pequeno porte.

O cachorro envelheceu no abrigo do Parque Pinheirinho, ficando cego e precisou ter sua patinha amputada devido a um tumor. Estima-se que hoje ele tenha 14 anos. Quando já não havia mais esperança de que ele pudesse ser adotado, a coordenadora do Bem-Estar Animal, Carolina Mattos Galvão, recebe uma mensagem: “Qual o cachorro mais velho para adoção?”. 

Quem enviou a mensagem foi a adestradora de cães Danila Molinari, de 39 anos. “Eu sempre tive o sonho de adotar um cachorro deficiente, um idoso e um surdo. Quando perguntei qual era o cachorro mais velho do abrigo, não imaginei que ele fosse ser deficiente visual e físico também”, conta. Depois de ver a foto e passar cinco minutos com o Tofu, não restaram dúvidas.

Danila conversou com o marido e começou os preparativos para receber Tofu em casa. Como ele estava se recuperando da cirurgia de amputação, foi preciso esperar um mês. “Encomendei a plaquinha de identificação, compramos caminha, roupa, coleira, uma guia nova. Foi muita ansiedade, parecia que o tempo não passava”, conta. Como ela tem mais cinco cachorros, também preparou um espaço separado para receber o Tofu na fase de adaptação.

Além da vontade que Danila sempre teve de adotar um animal especial, ela também acredita que “não é justo um cão não ser adotado por ser idoso, cego e amputado”. Quando, enfim, Tofu chegou na sua casa nova, Danila ficou sem palavras para descrever o momento. “Foi uma sensação indescritível, uma coisa mágica. Eu sabia que queria, mas não sabia que seria tão bom assim”, conta. 

Tofu já se adaptou ao novo lar. “Ele é muito bonzinho, dormiu como um anjo, não está mais trombando nas coisas. Minha família está feliz, ele está feliz, é gratificante ver ele aqui. Agora ele tem uma família, não só uma casa, mas uma família mesmo. Queria agradecer a todos que cuidaram dele pra mim até hoje”, diz.  

Tofu é idoso, cego e recentemente teve uma pata amputada devido a um tumor; ele foi adotado recentemente em Araraquara (Fotos: Arquivo Pessoal)

 Adoção de Idosos 

A adoção de Tofu deixou os profissionais da coordenadora de Bem-Estar Animal de Araraquara felizes e emocionados, pois infelizmente a adoção de cães idosos é exceção. Hoje, Araraquara tem 550 animais disponíveis para adoção, sendo que parte fica no Parque Pinheirinho junto com a coordenadoria e parte fica no Canil Siciliano, espaço terceirizado pela Prefeitura. 

“As pessoas normalmente procuram animais pequenos, fêmeas e filhotes. Mas adotar um animal adulto e idoso tem suas vantagens. Você já sabe o porte, o temperamento e eles costumam ser mais tranquilos, fora a gratidão que eles sentem”, explica a coordenadora Carolina Mattos Galvão.

Quem quiser adotar um animal em Araraquara pode agendar um horário na coordenadoria de bem-estar animal pelo número (16) 3339-4441, de segunda a sexta-feira, das 7h às 15h, ou na Clínica Sciliano, que faz os agendamentos pelo whatsapp através do número (16) 9-8877-7604. “Canil e gatil são locais de passagem, todos os animais merecem um lar”, finaliza Carolina.

Por Paula dos Santos 

Fonte: A Cidade ON

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