Indiciado, agressor da irmã de Zanin, ministro do STF, diz que chutou cães para se defender

Indiciado, agressor da irmã de Zanin, ministro do STF, diz que chutou cães para se defender
Irmã de Zanin, ministro do STF, é atacada na Zona Oeste de SP — Foto: Reprodução

O homem que agrediu a advogada Caroline Zanin Martins, irmã do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, na zona oeste de São Paulo, foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de lesão corporal dolosa e maus-tratos a animais.

VÍDEO: Irmã de Zanin, ministro do STF, é atacada em São Paulo

Uma câmera de segurança registrou o momento da agressão, na última segunda-feira (16), em Perdizes. Nas imagens, é possível ver que a advogada estava parada com seus dois cachorros na frente de um prédio, quando um homem passa e dá pontapés nela e nos animais (veja acima).

Segundo a reportagem do g1 apurou, Rogério Cardoso Júnior, de 64 anos, prestou depoimento na última sexta-feira (20) no 23º Distrito Policial e alegou à polícia que deu chutes para se defender após ser atacado pelos cachorros de Caroline (veja mais abaixo).

Na quarta-feira (18), Caroline prestou depoimento, reconheceu Rogério por meio de uma foto como o suspeito de agredi-la e fez a representação para instauração de inquérito policial.

O laudo de lesão corporal do Instituto Médico Legal (IML) constatou que havia escoriação na região lateral da perna direita da advogada de natureza leve. O laudo veterinário também apontou que um dos animais de Caroline, da raça welsh corgis, sofreu lesão na pata, unha e sangramento no local.

Após depoimento de Rogério e Caroline, além dos laudos periciais, o relatório final do inquérito policial foi concluído.

Nele, o delegado responsável pela investigação diz que: “diante dos elementos colhidos, não há dúvida de que Rogério desferiu intencionalmente golpes de chutes contra os animais, além de feri-los, assumiu o risco de também atingir com chutes a tutora e vítima, Caroline Zanin Martins, lhe causando lesões corporais”.

Com isso, a polícia determinou pelo indiciamento por maus-tratos a animais na conduta ferir e lesão corporal dolosa.

Rogério disse ao g1 que prefere não falar sobre o assunto e comentar o indiciamento.

O que alegou o agressor?

Segundo a reportagem apurou, o homem disse à polícia que mora no bairro Perdizes há cerca de 17 anos e que na segunda-feira (16), ao retornar da academia a pé, se deparou com os cachorros de Caroline.

Disse que os animais foram agressivos e o atacaram, chegando a morder seu short e puxando a roupa para baixo.

Polícia investiga ataque a irmã de Zanin, ministro do STF — Foto: Reprodução
Polícia investiga ataque a irmã de Zanin, ministro do STF — Foto: Reprodução

Alegou que a advogada não segurou a guia dos animais e seguiu caminhando, quando, ao chegar perto do prédio, os cachorros tentaram o atacar novamente, momento que deu chutes para se defender e afastá-los.

Rogério afirmou ainda à polícia que não teve intenção de lesionar a advogada e os cachorros, e que não acertou os chutes. Ele também alegou que não conhece Caroline e não sabia que era irmão do ministro do STF.

‘Me sinto insegura’

Caroline afirma que não conhecia Rogério e que nunca o viu antes pelo bairro. Ao g1, ela disse que foi traumatizante e está se sentindo insegura. Por isso, pretende se mudar de onde mora.

“Ele [suspeito] chegou do nada. Foi tudo muito rápido e traumatizante. Penso realmente em me mudar. Eu me sinto totalmente insegura”, afirmou a advogada nesta quinta-feira (19).

Ainda conforme a advogada, ela acredita que não tenha sido motivação política por conta do irmão, ministro do STF.

“Num primeiro momento eu acredito que não tenha motivação política. Até porque todos temos o direito de termos opiniões e posicionamentos políticos sem que isso resulte em qualquer forma de agressão”, diz Caroline.

“Penso ter sido mais uma agressão contra a mulher e animais porque sei que este tipo de violência é muito mais comum do que se imagina. Confio plenamente na justiça e tenho a certeza de que tudo será esclarecido da melhor forma”, complementou.

Por Paola Patriarca

Fonte: g1

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