ONG repudia CCZ de São José após receber denúncia relacionada à ficha de castração

ONG repudia CCZ de São José após receber denúncia relacionada à ficha de castração
A partir da denúncia, o Ministério Público solicitou a abertura de inquérito para apurar a conduta da ONG

Após ser acusado de falsidade ideológica ao preencher ficha de castração de animal, o Instituto Marilu Godoi, que atende animais de rua e de famílias carentes em São José dos Campos, moveu junto à Câmara uma ação de repúdio ao CCZ (Centro de Controle de Zoonose).

A partir da denúncia, o Ministério Público solicitou a abertura de inquérito para apurar a conduta da ONG.

Entenda o caso

O instituto explicou que, de acordo com as regras para preenchimento da ficha de castração do CCZ de São José, o tutor responsável pelo animal deve ser previamente identificado na ficha com dados pessoais.

Segundo Marilu, o caso denunciado era de um animal que tinha tutor e que assinou a ficha, porém, o CCZ questionou a assinatura apresentada no documento.

“Se a equipe tinha dúvidas se a assinatura era a mesma, por que não chamou o tutor e pediu para que ele assinasse de novo ali na frente da atendente para comparação? Até no cartório a gente faz cinco, seis assinaturas na ficha, pois eles sabem que não é possível fazer sempre do mesmo jeito, idênticas”, desabafou.

“A proteção animal faz o trabalho que é da prefeitura há anos nessa cidade e agora somos acusados, tratados como bandidos, ao ponto de termos que parar nossa vida, pararmos o atendimento aos bichos que sofrem para termos que ir numa delegacia prestar esclarecimentos. E sobre o quê? Sobre uma assinatura de um munícipe num processo de castração!”, criticou Godoi.

Há casos em que ONGs e protetores independentes praticam o CED (castra, esteriliza e devolve), visando a controlar a população de cães e gatos. A questão é que animais de rua não têm tutores que assinem suas fichas de castração, o que inviabiliza a prática do CED. Este é outro ponto da crítica de Marilu ao regulamento do CCZ.

A presidente da ONG ainda disse que “se o tempo, energia e recursos que o CCZ gasta para atacar e prejudicar a proteção fosse focado no atendimento aos bichos, que é foco do setor, São José teria um hospital veterinário 24h, uma farmácia pública veterinária e tantas outras coisas que a cidade precisa. Lamentável”.

Outro lado

A Prefeitura de São José dos Campos informou que a denúncia está sendo apurada pelo Ministério Público.

A Administração acrescentou que as castrações são gratuitas e realizadas por meio do Meu Pet Feliz, programa permanente de castração e microchipagem de cães e gatos, cujo objetivo é “integrar a política de bem-estar animal, saúde animal e controle da população de cães e gatos, com ênfase nas questões que envolvem a posse responsável ao promover a identificação dos animais através da microchipagem para a minimizar abandonos, maus tratos e furtos, entre outras ações”.

Para aderir ao Meu Pet Feliz, o tutor precisa residir em São José e ter idade mínima de 18 anos. O animal deve estar em boas condições de saúde, não estar obeso, caquético ou apresentar doença e desgaste físico ou anêmico ou doenças de pele aparentes, não ser braquicefálico (focinho achatado), bem como as fêmeas não devem estar no cio, prenhas ou amamentando no dia da cirurgia. Desde 2018, foram realizadas 23.943 castrações de pets, informou a prefeitura.

Por Ana Lígia Dal Bello

Fonte: O Vale

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