União Africana toma decisão “histórica” para proteger os burros do abate, mas valoriza tração animal

União Africana toma decisão “histórica” para proteger os burros do abate, mas valoriza tração animal

Líderes da União Africana tomaram uma decisão significativa ao proibir o abate de burros no continente, um movimento destinado a combater o comércio prejudicial de peles de burro. Esta ação protegerá os burros de serem traficados e mortos, e também apoiará as muitas comunidades que dependem desses animais para sua sobrevivência e economia.

A decisão, considerada histórica, foi acordada durante a 37ª Cúpula da União Africana realizada na Etiópia em 18 de fevereiro. O consenso entre os Chefes de Estado Africanos para estabelecer uma moratória sobre o abate de burros visa proteger os aproximadamente 33 milhões de burros do continente, além de preservar o modo de vida de inúmeras comunidades africanas que se beneficiam desses animais.

Essa medida é uma resposta direta ao aumento da demanda pelo ejiao, um produto tradicional chinês feito de pele de burro, que tem levado ao abate de milhões de burros globalmente. O impacto devastador dessa demanda não apenas ameaça a existência dos burros na África, mas também prejudica severamente as comunidades que dependem desses animais para transporte, agricultura e outras necessidades diárias.

A proibição envia uma mensagem poderosa contra o comércio cruel de peles de burro, mostrando um compromisso unificado dos líderes africanos para proteger esses animais e suas funções vitais nas sociedades. A decisão é celebrada por organizações de bem-estar animal, como o Donkey Sanctuary, que vêem nela um grande passo para o bem-estar dos burros e o reconhecimento de seu valor intrínseco.

A implementação dessa proibição agora requer esforços conjuntos dos países membros da União Africana para garantir que a moratória seja efetivamente cumprida, garantindo assim um futuro mais seguro para os burros e as comunidades que deles dependem.

Por que se comercializa pele de burro?

O comércio de burros, em particular a demanda por sua pele, tem sido um problema crescente. A pele de burro é altamente valorizada na Medicina Tradicional Chinesa para produção do ejiao, acreditado para ter propriedades benéficas à saúde, como melhorar a circulação sanguínea e tratar anemia. Isso levou a uma exploração insustentável dos burros, com milhões sendo abatidos anualmente, o que não apenas ameaça sua população, mas também desestabiliza as comunidades rurais para as quais os burros são essenciais para o transporte e a agricultura. A decisão da União Africana é, portanto, um passo crucial para enfrentar essa crise e proteger esses animais e as pessoas que deles dependem.

Por Daia Florios

Fonte: Donkey Sanctuary via Greenme

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