Defensores de animais protestam contra a morte do cachorro Grandão, em Brasília, DF
Uma manifestação na Asa Norte, na noite desta segunda-feira (2), reuniu representantes de ONGs e voluntários em um protesto contra a morte do cachorro Grandão. Em julho, quando foi adotado em uma feira, em Brasília, o animal pesava 49 quilos. Na última quinta-feira (28), Grandão morreu com 19 quilos.
O protesto foi em frente ao quiosque do homem acusado de maus-tratos ao animal. Durante o ato, o grupo acendeu velas, pediu justiça e colou cartazes com as fotos de Grandão.
“O Grandão não teve o socorro que ele precisava por muitas entraves, mas estamos aqui pra pedir justiça por ele”, disseram os manifestantes.
Os representantes da Organização Não Governamental (ONG) Toca Segura, que promoveu a feira de adoção na qual Grandão foi entregue, estiveram no ato. Voluntários de, pelo menos, outras cinco associações protetoras acompanharam a manifestação.
A Toca Segura afirma que durante os quatro meses em que esteve com o cachorro, o empresário se recusou a receber os representantes da organização que queriam ver como Grandão estava se adaptando. Até a última atualização desta reportagem, o homem que adotou o animal não quis falar sobre o assunto. Ele apenas se manifestou por uma rede social (veja mais abaixo)
A OAB de Taguatinga-DF também esteve no ato. Conforme os protetores, o homem que adotou Grandão deverá responder na Justiça pelo crime de maus-tratos. “Ele tem que saber que os protetores de animais são unidos”, afirmou Ana Paula Vasconcelos, representante de uma das ONGs.
“Se isso não dói na alma dele, vai doer no bolso.”
Entenda o caso
Grandão morreu após ser resgatado por sofrer maus-tratos. Ele tinha perdido 30 quilos e, segundo os veterinários que o examinaram, estava com anemia severa e feridas pelo corpo.
O cachorro foi adotado durante um evento, no Eixão Sul, em Brasília. O grupo de resgate a animais abandonados, Toca Segura, havia montado um espaço para a adoção responsável.
De acordo com a ONG, após a adoção, é comum manter contato com o novo responsável para monitorar o bem-estar do animal. Como o empresário não dava notícias e se recusou a receber os voluntários, as suspeitas começaram.
“Essa adoção acabou se tornando um pesadelo, nós pedimos o cachorro de volta, mas o homem que estava com ele se recusou a nos devolver”, disse uma das voluntárias.
A morte de Grandão foi anunciada pelas redes sociais do grupo. Os protetores disseram estar “devastados” e afirmaram que os advogados da ONG irão assumir o caso.
Confira o relato do empresário que adotou Grandão em uma rede social
“Tem muita gente pedindo para eu me retratar aqui, dar o meu depoimento, a minha declaração, eu acho que tem muitas pessoas aqui que não me conhecem, que estão falando muito mal, coisas muito pesadas comigo. Eu não discordo de quem ama os animais, de quem cuida dos animais, isso porque eu tenho outros cachorros na minha casa, eu tenho outros animais, e eu sou um cara que ama os animais ao ponto de ter mais de um, de dois, de três. Eu jamais iria numa feira de doação, adotar um animal para maltratar ele. O meu lado da versão vai ser provado na Justiça.”
Por Nicole Angel, sob supervisão de Maria Helena Martinho
Fonte: G1
Cachorro morre após ser adotado e passar por maus-tratos no DF