Vergonhoso! ONG de defesa aos animais fiscaliza e aprova Rodeio Internacional de Vacaria

Vergonhoso! ONG de defesa aos animais fiscaliza e aprova Rodeio Internacional de Vacaria
Gineteadas no Rodeio de Vacaria — Foto: Country MS

Em meio a recorrentes denúncias de maus tratos pelo Brasil, o que levou ao cancelamento de diversas festas campeiras em 2023, o Rio Grande do Sul dá o exemplo: no Rodeio Internacional de Vacaria, as práticas de bem-estar animal foram destaque.

E quem confirma isso é justamente quem mais fiscaliza as interações entre os seres humanos e os bichos: uma organização não-governamental. Em documento enviado ao Ministério Público de Vacaria, a “Amigo do Bicho” enumerou onze aspectos positivos no rodeio, e apenas um negativo: as provas até altas horas da madrugada.

A ONG realizou fiscalização durante todos os dias do rodeio, de 3 a 11 de fevereiro de 2024.

O primeiro tópico observado é a quantidade máxima de voltas que um boi ou novilho podem dar antes do descanso: em Vacaria, esse número foi menor do que o limite (de até 30 voltas por lote de animais).

Além disso, os fiscais da ONG também elogiaram o gado “de ótima qualidade e bem tratado”, observaram que água e cochos estavam “limpos” e que as mangueiras não tinham objetos que pudessem “causar algum tipo de lesão nos animais'”.

A ONG também observou que foi “afixado em todos os locais possíveis da parte da campeira o telefone do veterinário para caso de necessidade” e que a organização contratou “um número bem considerável de veterinárias e estagiárias(os) que realizavam rondas, conferindo sistemas de choque nos caminhões, mangueiras, bretes e também os equipamentos utilizados no manejo”.

Destacou, ainda, algo muito importante: uma “boa relação com os organizadores e administradores do evento em solucionar os problemas e aceitar sugestões para melhorar nos próximos rodeios”.

“O relatório mostra que conseguimos cumprir nosso objetivo. Sobre os horários do gado, nós não conseguimos realizar sem entrar em algumas madrugadas. O cuidado que temos é com o revezamento, tanto das equipes de trabalho, tanto dos animais”, afirma Rubem Filho, patrão do CTG Porteira do Rio Grande, organizador do rodeio.

O documento com o trabalho de fiscalização da ONG foi enviado ao promotor Luís Augusto Gonçalves Costa, um dos grandes defensores do rodeio. Ele foi pioneiro ao criar uma cartilha com normas de bem estar animal que, mais tarde, serviram de base para um Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre Ministério Público, Federação Gaúcha de Laço e Movimento Tradicionalista Gaúcho.

“Essa conscientização do pessoal que trabalha junto com a ONG é um trabalho que já dura 13 anos. É uma educação que foi construída ao longo do tempo pra se chegar a este resultado”, comemora o promotor.

Por Giovani Grizotti

Fonte: g1


Nota do Olhar Animal: É vergonhoso que uma associação que se intitula como de “proteção animal” avalize um rodeio afirmando que não há maus-tratos e contrariando a infinidade de laudos e pareces que demonstra que os maus-tratos são INERENTES à atividade, o que aliás já foi reconhecido várias vezes pela Justiça. Certamente esta posição não atende aos interesses dos animais, muito pelo contrário.

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